Atividade das enzimas purinérgicas e o uso de nanocápsulas de óleo de romã e silibinina no melanoma cutâneo
Fecha
2022-10-31Primeiro coorientador
Cruz, Letícia
Primeiro membro da banca
Librelotto, Daniele Rubert Nogueira
Segundo membro da banca
Jaques, Jeandre Augusto dos Santos
Terceiro membro da banca
Pillat, Micheli Mainardi
Quarto membro da banca
Spanevello, Roselia Maria
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O câncer é uma doença multifatorial fruto mutações em genes específicos que causam a
hiperproliferação das células. Atualmente, o tipo mais prevalente de câncer é o de pele e o seu
subtipo mais agressivo é o melanoma. A rápida progressão do tumor está associada ao
desenvolvimento da inflamação no microambiente tumoral, o qual apresenta perfil de
imunossupressão. Durante o processo inflamatório, o sistema de sinalização purinérgica
desempenha um papel importante na modulação das respostas inflamatórias e imunes. As
ectoenzimas E-NTPDase, E-5’-nucleotidase e E-ADA controlam os níveis das biomoléculas
extracelulares ATP, ADP, AMP e adenosina, que participam de vários processos fisiológicos e
patológicos, incluindo crescimento celular, apoptose, proliferação celular e angiogênese. O
melanoma, por sua vez, é altamente heterogêneo, dificultando o reconhecimento pelo sistema
imunológico e a eficiência das terapias existentes. Neste sentido, fitoquímicos como o óleo de
romã (OR) e a silibinina (SB) podem agir em várias vias de sinalização e auxiliar no combate ao
câncer. Além disso, encapsular esses bioativos permite uma maior biodisponibilidade e
estabilidade a esses compostos, podendo melhorar seus efeitos. Dessa forma, o objetivo deste
trabalho foi investigar o efeito antitumoral da co-encapsulação do OR e SB em cultura de células
(B16F10, de melanoma murino, e L929, de fibroblastos murinos saudáveis) e avaliar a atividade
das enzimas purinérgicas em modelo experimental de melanoma dependente da via de indução.
As nanocápsulas de OR e SB apresentaram características físico-químicas compatíveis com
sistemas nanoestruturados. Os resultados in vitro demonstraram que SB e o OR livres
apresentaram pouco efeito na viabilidade e proliferação das células B16F10, mas suas
nanocápsulas (NC-SB e NC-OR) aumentaram significativamente os efeitos citotóxicos nestas
células e conferiram certo tipo de proteção as células saudáveis. A co-encapsulação de SB e OR
(NC-PO-SB) demonstrou um efeito antitumoral através da redução acentuada da viabilidade e
proliferação celular (P<0,001), migração, adesão e formação de colônia (P<0,001), aumento de
células nas fases G1/G0 do ciclo celular (P<0,001), aumento do dano ao DNA (P<0,05) e dos
níveis de NO (P<0,001). No estudo in vivo, através da indução de células B16F10 em
camundongos C57BL/6 pelas vias intraperitoneal e subcutânea, observamos redução na
contagem de linfócitos e aumento no número de neutrófilos e aumento da relação
neutrófilo/linfócito nos grupos com melanoma induzido quando comparados ao grupo controle
(P<0,05). Na indução de melanoma pela via subcutânea (SC), houve diminuição das atividades
da E-NTPDase e E-ADA em linfócitos isolados de sangue e timo, e aumento de ambas as
atividades no baço quando comparado ao controle. Na indução pela via intraperitoneal (IP), os
linfócitos isolados do sangue não apresentaram atividades diferentes do grupo controle.
Linfócitos do timo e baço e células intraperitoneais tiveram atividades enzimáticas reduzidas
quando comparados ao grupo controle. Observamos nesta via organomegalia no baço, com
aumento da polpa branca e aumento na atividade da enzima arginase (P<0,05). Em geral, os
linfócitos do sangue e do timo são mais ativados na via SC, que requer mais da vasculatura; e os
linfócitos do baço e as células intraperitoneais correlacionados com a via IP, devido à
proximidade com o tumor. Em ambas as vias os linfócitos direcionam as atividades das
ectoenzimas para aumentar o sinal P2, pró-inflamatório e antitumoral. Considerando os
resultados apresentados, podemos inferir que a suspensão de NC-PO-SB pode ser considerada
como possível terapia para o melanoma, bem como as ectoenzimas como alvos terapêuticos.
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