A bicicleta como outra forma de existir: uma análise sociológica sobre o ciclismo em Santa Maria-RS
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Data
2022-09-05Autor
Conceição, Fabricio Brondani da
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Este trabalho tem por objetivo conhecer de forma detalhada o cenário
que a bicicleta ocupa em Santa Maria e analisar o perfil do ciclista santa-mariense.
Assim como conhecer a identidade, as identificações do ciclista, suas motivações,
seus medos e perspectivas em relação ao uso da bicicleta na cidade, tanto como
meio de locomoção, esporte ou lazer. Outros pontos abordados são: o que a
bicicleta significa para os ciclistas, quais as transformações e experiências que o
uso da bicicleta proporciona para suas vidas e se eles se sentem reconhecidos e
respeitados. A pesquisa desenvolvida foi de natureza exploratória, com abordagem
tanto quantitativa quanto qualitativa, priorizando as falas dos participantes como
fonte de informações através de um questionário e entrevistas semiestruturadas. A
abordagem metodológica está amparada nas ideias de Georg Simmel sobre a
relação do indivíduo com a cidade, nos conceitos modernos de self elaborados por
Stuart Hall e no conceito de luta por reconhecimento, trabalhado por Axel Honneth.
O projeto justifica-se pela relevância e interdisciplinaridade do tema bicicleta, pois é
estudado por áreas distintas como arquitetura e urbanismo, engenharia, geografia,
educação física e ciências sociais. Além disso, o tema tem sido pouco explorado no
âmbito sociológico, revelando a necessidade de pesquisas como a que será
apresentada aqui. Entre os principais resultados, observou-se o caráter identitário
multifacetado, múltiplas identificações, bem como uma relação mais orgânica com a
cidade. A relação que a bicicleta proporciona frente à cidade não é somente de
constante descoberta, mas também de identificação e de pertencimento. Por fim,
mesmo que o fenômeno da bicicleta se apoie em uma sobreposição de visões e
discursos vindo de ativistas, atletas, políticos e da associação ciclística da cidade,
poucas pessoas reconhecem o valor da mobilidade por bicicleta. Da mesma forma,
os próprios ciclistas, o que acaba por refletir de forma negativa na luta por
reconhecimento de respeito, confiança e estima aos usuários da bicicleta nas vias
públicas.
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