Saberes ambientais na APA Corumbataí e na APA Tanquã Rio Piracicaba: um olhar dos conselhos gestores
Resumen
Diversos municípios brasileiros possuem espaços naturais protegidos, porém um dos problemas
recorrentes nessas áreas é que muitas pessoas não conhecem seu valor, importância e
significados. Ademais, as áreas protegidas podem auxiliar na construção de valores de
reconexão com o meio natural fortalecendo a sensibilização e o pertencimento das comunidades
locais. A presente pesquisa procurou identificar os saberes ambientais nas APA Corumbataí-
Botucatu-Tejupá – perímetro Corumbataí, na APA Piracicaba/Juqueri Mirim – Área I e na APA
Tanquã Rio Piracicaba a partir do olhar dos membros de seus conselhos gestores, conhecendo
os possíveis elementos que invisibilizam esses locais para a população da região e analisando
possibilidades de aproximação/envolvimento com essas pessoas. Para tal, foi realizada uma
pesquisa qualitativa e descritiva tendo como instrumento de levantamento de dados os
questionários semiestruturados e a pesquisa bibliográfica. Entre os autores que orientaram esse
estudo estão Ailton Krenak, Henrique Leff, Martha Tristão, Yanina Micaela Sammarco e Yi-
Fu Tuan. O público-alvo foi 72 membros representantes do poder público e da sociedade civil,
titulares e suplentes, dos Conselhos Consultivos das APAs. O questionário foi enviado por email
para recebimento de respostas entre os meses de janeiro a março de 2022. Identificou-se a
necessidade de um resgate dos saberes históricos e locais, uma vez que esses saberes são
considerados importantes e muitas vezes responsáveis pelo amparo do ambiente natural. Entre
as invisibilidades encontradas nessas áreas pode-se destacar a falta de comunicação entre as
diversas esferas da sociedade e a gestão dessas áreas protegidas. Ademais há pouca procura da
sociedade civil nos conselhos, sobretudo devido ao desconhecimento, falta de recursos para
divulgação e comunicação, a pouca ou inexistente infraestrutura nessas áreas e a própria falta
de interesse popular. Também há o distanciamento dos centros urbanos e o caráter e linguagem
técnica com que muitas informações são apresentadas para a população. Por fim, a
invisibilidade também tem um viés cultural e ideológico já que as APAs compõem o patrimônio
natural das cidades, porém são desconhecidas por parte da população. Assim, foram propostas
práticas ambientais que surgem como elementos viáveis de serem tratados junto aos municípios,
assim como os conselhos gestores e a comunidade local. Entre essas práticas está a criação de
jogos pedagógicos sobre as APAs para uso nas escolas; a aproximação dos conselhos gestores
por meio da escuta das falas e trocas com as comunidades locais; a criação de guias de
catalogação da fauna e flora encontradas nesses ambientes e a promoção de eventos culturais e
turísticos visando explorar o potencial dessas áreas protegidas para processos de educação
ambiental. Considera-se então a necessidade de abrir espaço para que as memórias vivas tenham
voz, por meio de uma práxis de educação ambiental aberta as subjetividades e coletividades e
que propicie espaços de reconstrução das relações entre o ser humano e as áreas protegidas.
Colecciones
- Educação Ambiental [190]
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: