“A mulher toma um pilgie e vai trabalhá”: uma etnografia com colonas do leite em Santo Cristo- RS
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Data
2022-10-11Primeiro coorientador
Costa, Cassiane da
Primeiro membro da banca
Zanini, Maria Catarina Chitolina
Segundo membro da banca
Siqueira, Monalisa Dias de
Terceiro membro da banca
Drebes, Laila Mayara
Quarto membro da banca
Schreiner, Camila Traesel
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Nesta tese busco compreender o(s) sentido(s) que as colonas de Santo Cristo-RS conferem
para trabalho, corpo e saúde através de uma etnografia pandêmica (metodologia adaptada para
o período de pandemia da Covid-19), com a coleta de dados em 2020 e maturação analítica
até meados de 2022. O aporte teórico versa entre as áreas da antropologia, sociologia e
extensão rural. Além da tríade sobredita, o texto também é cravejado por angústias da
produção e escrita acadêmica em um período de crise sanitária e cerceamento de recursos
financeiros. A proposta que ancora toda energia criativa aqui mobilizada almeja promover
reflexões epistemológicas e sociais, bem como interlúdios frutíferos no debate das ruralidades
contemporâneas. Privilegiei a escrita no gênero feminino para questionar o padrão
hegemônico e patrocinar novos moldes de ciência decolonial. Muitas questões adjacentes ao
problema de pesquisa se apresentam ao longo do texto para temperar a ruminação: o que é ser
mulher rural no contexto da bovinocultura de leite do noroeste gaúcho? Como é refletir sobre
si num contexto de exaustão física? Quais os impactos psicoemocionais da pandemia para
elas/nós? Qual a importância da pesquisa em um período de flagelos? A investigação e por
conseguinte a escrita, passaram por afetações particulares, sintonizadas com o tateamento da
compreensão do modo de ser(em) mulher(es) rural(ais), epicentrando em uma localidade do
noroeste gaúcho e como isso tem relação com as questões sociais (de saúde e trabalho) mais
amplas. Ainda que as noções de corpo, saúde e trabalho tenham sido desenvolvidas em
capítulos distintos é notável seu imbricamento e consonância cultural. Um corpo apto para o
trabalho significa saúde para as mulheres pesquisadas, portanto, é dado um valor moral para
essa desenvoltura. A família é taxada comumente como a coisa mais importante da vida delas.
A maioria declarou estar feliz com sua rotina, ainda que aspire para sua prole uma profissão
menos onerosa.
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