Presença, chamado, reflorestar: criações políticas da marcha das mulheres indígenas
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Data
2022-12-12Primeiro coorientador
Flores, Luiza Dias
Primeiro membro da banca
Maizza, Fabiana
Segundo membro da banca
Vieira, Suzane de Alencar
Terceiro membro da banca
Alarcon, Daniela Fernandes
Quarto membro da banca
Flores, Bárbara Nascimento
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Essa tese é uma elaboração acerca das criações políticas de indígenas mulheres, cujas presenças vêm ganhando destaque nos últimos anos, suas pautas têm conquistado maior visibilidade diante de um cenário em que despontam ações como a realização da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília-DF no ano de 2019. A tese segue as noções presença, chamado e reflorestar que emergiram de um trabalho de campo no período entre 2019 e 2022, no qual acompanhei a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas (2019), a 2ª Marcha das Mulheres Indígenas (2021) e os eventos online no período entre marchas (que coincide com a pandemia de covid-19). Durante as marchas ocorre a formação de uma aliança entre mulheres indígenas, um nós circunstancial, unificado, mas heterogêneo, com seu aspecto de cosmocoreografias, dadas as múltiplas manifestações de cantos, danças e movimentos, e um aspecto de levante pela vida, desde a composição entre coletivos indígenas e com aliados para oposição à política de morte, que tem como principais vetores o governo e seus aliados anti-indígenas. A expressão política da presença noticia aquilo que se presentifica durante as marchas: corpo, ancestralidade, terra e cuidado. Essas presenças dão às criações políticas de mulheres indígenas contornos próprios, como o aspecto de retorno ao feminino, desde uma subversão de violências de gênero coloniais e desde um chamado à (re)criação da vida e de mundos indígenas, retomadas existenciais. Cabe também mencionar que o chamado da terra é prolongado pelas mulheres indígenas, posto em movimento, sendo também um chamado à escuta e à ação para a sociedade não indígena, uma receita de resistência, o reflorestar como um cuidar com. As marchas são, assim, eventos nacionais protagonizados por lideranças femininas indígenas que contam com a presença de mulheres indígenas de todas as regiões do Brasil, que se encontram em Brasília-DF para conversar, discursar, cantar, dançar, ritualizar, se movimentar, e assim lutar pela garantia da (re)criação da vida e de mundos indígenas diversos.
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