Efeitos do aspartame e do orlistate em animais saudáveis e com doença gordurosa do fígado associada a disfunção metabólica: parâmetros bioquímicos, metabólicos e oxidativos
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Data
2023-01-18Primeiro coorientador
Finamor, Isabela Andres
Primeiro membro da banca
Marron, Norma Anair Possa
Segundo membro da banca
Partata, Wânia Aparecida
Terceiro membro da banca
Richards, Neila Silvia Pereira dos Santos
Quarto membro da banca
Brucker, Natália
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese avaliou os efeitos da administração crônica de aspartame (ASP), assim como investigou os
efeitos do ASP, do orlistate e de sua associação em fígado de camundongos saudáveis e com doença
gordurosa do fígado associada a disfunção metabólica (MAFLD). Para isto, foram realizados dois
experimentos. No experimento I, camundongos Swiss receberam NaCl 0,9% ou ASP (80 mg/kg)
durante 12 semanas. Neste experimento foram avaliados parâmetros oxidativos e inflamatórios
associados com a progressão da fibrose. Os resultados obtidos demonstraram que a administração de
ASP levou ao dano hepático e aumentou a atividade das aminotransferases. O ASP também causou
fibrose hepática, evidenciada por análise histológica e elevação da expressão gênica de fatores prófibróticos (Tgfb1, Col1a1 e Acta2). Além disso, causou a diminuição da ativação do fator nuclear
eritroide 2 relacionado ao fator 2 (Nrf2), diminuindo assim a atividade de enzimas antioxidantes, e
causando o aumento da lipoperoxidação, o que provavelmente desencadeou a ativação do
inflamassoma NLRP3 e a indução da p53. O ASP também levou a redução dos níveis do coativador do
receptor ativado por proliferadores de peroxissoma gama 1α (PGC-1α), possivelmente pela ativação
da p53. Observou-se uma piora no perfil lipídico, o acúmulo de lipídeos no fígado e o prejuízo na
gliconeogênese, evidenciada pela diminuição da expressão gênica das enzimas desta via, e
consequente hipoglicemia. O experimento II, consistiu em um período de indução da MAFLD (8
semanas) em camundongos C57BL/6 através de uma dieta tipo ocidental (WD), seguido por um período
de tratamento com ASP (80 mg/kg) e/ou orlistate (100 mg/kg de dieta) (6 semanas), totalizando 14
semanas de experimento. Foram analisados parâmetros bioquímicos, histológicos, do metabolismo da
glutationa (GSH) e de estresse oxidativo. Com os resultados verificou-se que a WD levou ao aumento
do peso corporal e adiposidade, assim como hiperglicemia, hipercolesterolemia, esteatose hepática,
aumento da atividade das aminotransferases e acúmulo de lipídeos no fígado. Além disso, causou
aumento da lipoperoxidação e dos níveis de peróxido de hidrogênio e diminuição das defesas
antioxidantes. O consumo de ASP por indivíduos saudáveis ou com MAFLD resultou em hiperglicemia,
prejuízo do sistema da GSH e dano hepático. Em camundongos com MAFLD tratados com orlistate
observou-se uma melhora no peso corporal, adiposidade, função hepática, parâmetros oxidativos e
defesa antioxidante, enquanto os animais saudáveis apresentaram hiperglicemia, hipertrigliceridemia e
aumento da atividade da aspartato aminotransferase. A associação de ASP e orlistate em
camundongos saudáveis levou a perda de peso e a diminuição da adiposidade, mas também causou
hiperglicemia, hipercolesterolemia e aumento da atividade da alanina aminotransferase, enquanto em
camundongos com MAFLD verificou-se a diminuição do peso corporal, da adiposidade e da glicemia,
assim como a redução dos biomarcadores de estresse oxidativo e a melhora da função hepática e o
aumento das defesas antioxidantes. Conclui-se que o aspartame possui toxicidade quando ingerido por
indivíduos saudáveis, porém quando associado com orlistate e consumido por indivíduos com MAFLD,
parece ser benéfico. No entanto, se faz necessário dar continuidade aos estudos iniciados nesta tese
para que se possa melhor compreender os mecanismos por trás dos efeitos observados.
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