“O exército moderno é a nação armada”: o serviço militar obrigatório no Piauí e a fabricação de cidadãos soldados entre os anos de 1908 e 1928
Fecha
2023-03-20Primeiro membro da banca
Fontineles, Cláudia Cristina da Silva
Segundo membro da banca
Oliveira, Dennison de
Terceiro membro da banca
Araújo, Johny Santana de
Quarto membro da banca
Ribeiro, José Iran
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente tese teve como proposta principal investigar como se operou o serviço militar
obrigatório no Piauí, entre os anos de 1908 e 1928 e, o papel que exerceu na fabricação de
“cidadãos soldados” e no estabelecimento da presença do Exército nesse espaço territorial.
Para isso, considerou-se tanto o poder organizacional da referida instituição para pôr em
prática o alistamento, sorteio e instrução dos jovens piauienses incorporados; como também, a
forma como os sujeitos sociais, principalmente os obrigados a servir, se comportaram diante
dessa imposição. O recorte temporal do objeto foi delimitado, atentando-se para a primeira
experiência com a nova lei do serviço militar, acontecida em 1908, e os percalços na sua
execução até 1928, ano em que o batalhão local completou uma década de existência.
Ressalte-se que a implantação do Batalhão de Caçadores, no ano de 1918, em Teresina, foi
elemento fundamental na problematização do cumprimento do serviço militar na configuração
descrita. As principais problemáticas de pesquisa giraram em torno de três grandes questões: a
primeira, voltou-se para a forma como o Exército se organizou em finais do século XIX e
primeira década do século XX, levando-se em conta o projeto de modernização da instituição
que tinha como uma das principais finalidades, a implantação do serviço militar obrigatório; a
segunda questão, problematizou a ampliação da presença do Exército Brasileiro para todo o
território nacional, como meio de efetivação do cumprimento do serviço militar obrigatório; e
a terceira questão, inquiriu os procedimentos usados, pela instituição militar, para formar o
soldado que foi idealizado durante todo esse processo. Utilizou-se do conceito de cidadão
imaginário, formulado por Fernando Gonzalbo, para problematizar os distanciamentos
existentes entre a ideia de cidadão, produzida por uma moral cívica generalizante, usada por
reformadores civis e militares, e as ordens sociais circulantes vivenciadas no cotidiano social.
O estudo também se serviu de um diverso corpus documental, composto por jornais,
relatórios, legislações, e principalmente por boletins regimentais do 25º Batalhão de
Caçadores e de recursos de habeas-corpus impetrados por jovens piauienses que pretendiam
desobrigar-se do serviço do exército. O serviço militar foi concebido por seus defensores
como um dos instrumentos capazes de apagar as fronteiras sociais e promover o processo
civilizatório nacional, por meio de uma “Nação em Armas” fabricada principalmente nos
quartéis. O “cidadão-soldado”, fruto desse processo de amálgama, constituiria uma “força
nacional real”, de grande importância para a solução dos problemas do país. É desse processo
de fabricação que trata os capítulos da tese.
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