Sombras da liberdade: a história de Luisa Carnés, a sinsombrero silenciada
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Data
2023-03-07Primeiro coorientador
Escallón, Bairon Oswaldo Vélez
Primeiro membro da banca
Ferrero, Ana María Díaz
Segundo membro da banca
Fiorussi, André
Terceiro membro da banca
Barretto, Eleonora Frenkel
Quarto membro da banca
Igoa, Rosario Lázaro
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa dedica-se a reconstruir a trajetória de Luisa Carnés (1905-1964), uma escritora
madrilenha pouco conhecida no Brasil, que recupera lentamente seu espaço literário, apagado
da narrativa espanhola por mais de setenta anos. Suas obras inscrevem-se no tempo através de
um espaço que envolve narrativas autobiográficas, característica conservada pelas escritoras do
período como forma de mostrar a visão dos fatos e da História através de suas próprias vidas.
Nosso objetivo é delimitar, em duas de suas obras, Natacha (1930) e Tea Rooms: mujeres
obreras (1934), a voz narrativa que conta sua experiência de vida e, para tanto, desloca-se entre
as estratégias vinculadas à (auto)biografia no intuito de delinear a trajetória de Carnés a partir
da sua proposta narrativa. Os dados autobiográficos e biográficos que permeiam as obras
analisadas serão apresentados por meio de seus relatos, identificando aquilo que a escritora
aponta através das reportagens, contos e romances. Ao trazer a este trabalho, dedicado à obra
de Luisa Carnés, postulações que propõem uma definição de autobiografia como descrito por
Philippe Lejeune (1975), nos questionamos sobre a concepção tradicional de autobiografia e o
espaço biográfico redimensionado dentro da categoria narrativa como proposto por Leonor
Arfuch (2010). Ao criarmos um arquivo de memórias (auto)biográficas de uma escritora
silenciada, que publicou apenas três livros antes da Guerra Civil Espanhola e dois no exílio, no
México, observamos que a escrita fictícia da identidade do “eu” na obra carnesiana pode ser
um fato biográfico ou autobiográfico entendido pelo “eu” deslocado no texto. Luisa Carnés, ao
escrever sua autobiografia, vale-se de uma ideologia de gênero, ainda que esta tenha negado,
em seu momento, a categoria de história ao roteiro feminino da vida de uma mulher. Desse
modo, buscamos preencher lacunas de sua vida e de seu legado literário ainda não desvendados
ao concebermos a primeira biografia desta escritora no Brasil, a partir dos rastros dela deixados
em seus textos por nós coletados nos dois países onde ela viveu.
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