Óleos essenciais alteram parâmetros comportamentais e bioquímicos em diferentes espécies de crustáceos?
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Data
2021-08-30Primeiro coorientador
Wasielesky Junior, Wilson Francisco Britto
Primeiro membro da banca
Krummenauer, Dariano
Segundo membro da banca
Vaz, Luciano Jensen
Terceiro membro da banca
Ballester, Eduardo Luis Cupertino
Quarto membro da banca
Maciel, Fábio Everton
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Crustáceos integram funções ecossistêmicas essenciais na natureza, atuando desde
consumidores primários até predadores nas redes tróficas aquáticas. Além disso, muitos
crustáceos decápodes são importantes recursos econômicos e sociais. Contudo, esses
organismos são continuamente expostos a diferentes estressores no ambiente natural e em
cativeiro, envolvendo, sobretudo, variações nos parâmetros de qualidade da água e manejo
inadequado. Respostas ao estresse demandam elevado gasto energético e induzem a uma
cascata de eventos comportamentais, fatores neuroendócrinos e mecanismos imunológicos.
Dessa forma, observações comportamentais e fisiológicas fornecem um entendimento completo
das perturbações homeostáticas causadas no organismo pelos estressores. Recentemente, os
óleos essenciais (OEs) vêm sendo reportados como alternativas na manipulação e diminuição
do estresse em crustáceos. Portanto, faz-se necessário investigar o potencial sedativo e
anestésico de diferentes OEs, bem como seus efeitos sobre parâmetros comportamentais e
bioquímicos em crustáceos, antes de recomendá-los para uso. No primeiro trabalho verificamos
que os OEs de Lippia alba (OELA) e Cymbopogon citratus (OEC) foram eficazes como
anestésicos para os camarões Farfantepenaeus paulensis e Litopenaeus vannamei,
respectivamente. Em contrapartida, os OEs de Ocimum gratissimum (OEOG) e Origanum
majorana (OEO) não foram eficientes para essas espécies. Baseado nos resultados encontrados,
avaliou-se os efeitos do OEC sobre a sobre a atividade comportamental e bioquímica de L.
vannamei durante um período de exposição de 6h. Nesse experimento encontramos que a
concentração de 10 μL L-1
de EOC melhorou a resistência antioxidante sem comprometer o
comportamento de natação. Posteriormente, investigamos o potencial do OELA e do linalol
(composto majoritário) na redução do estresse e danos oxidativos em fêmeas e machos de L.
vannamei durante procedimentos de ablação do pedúnculo ocular e extrusão do espermatóforo,
respectivamente. As respostas antioxidantes variaram significativamente entre os sexos.
Contudo, os OEs geraram um efeito protetor e evitaram a oxidação de lipídios. Os parâmetros
bioquímicos analisados nos dois estudos foram: capacidade antioxidante total contra radicais
peroxil, glutationa reduzida, grupos sulfidrila associados com proteínas e peroxidação lipídica
nas brânquias, hepatopâncreas e músculo. Os OEs também demostraram sucesso na indução a
sedação e anestesia do anfipoda Hyallela bonariensis. Entre os OEs e seus compostos
majoritarios, o de Aloysia triphylla (OEAT) e o linalol obtiveram melhores resultados. Além
disso, o OEAT reduziu a atividade de locomoção de H. bonariensis, mas sem comprometer seu
comportamento natural. Dessa forma, podemos concluir que OEs podem ser indicados como
anestésicos para diferentes espécies de crustáceos. Porém, o mesmo OE pode apresentar
respostas diferentes entre as espécies, demonstrando a necessidade de estudos prévios para
garantir o sucesso na aplicação.
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