Ozonioterapia na medicina veterinária e sua ação antibacteriana na cistite canina
Visualizar/ Abrir
Data
2023-03-27Primeiro coorientador
Bueno, Andressa
Primeiro membro da banca
Lhama, Cibele Lima
Segundo membro da banca
Dornelles, Guilherme Lopes
Terceiro membro da banca
Amaral, Anne Santos do
Quarto membro da banca
Pinto Filho, Saulo Tadeu Lemos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese de doutorado foi dividida em três partes, resultando em dois manuscritos e um artigo
científico. O primeiro manuscrito constituiu em verificar as principais prescrições de
tratamentos com ozônio medicinal na clínica de pequenos animais, além de verificar o perfil do
profissional que a prescreve. Para tanto, um questionário estruturado foi disponibilizado em
plataforma digital durante o mês de abril e o mês de maio de 2021. A divulgação da pesquisa
foi realizada por meio das redes sociais e encaminhamento aos Programas de Residência e de
Pós-Graduação em Medicina Veterinária dos três estados do sul do Brasil (Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná), além de veterinários de clínicas e hospitais e que prestam atendimento
domiciliar. Dentre os 213 participantes da pesquisa, 98,1% afirmaram utilizar ao menos uma
terapia integrativa na prática clínica, sendo que as mais utilizadas foram a fisioterapia (81,7%),
a acupuntura (80,3%) e a ozonioterapia (68,5%). Dentre os participantes, 72% afirmaram
aplicar ou recomendar a ozonioterapia (OZT). As principais enfermidades tratadas com a OZT
foram a cicatrização de feridas abertas (91,1%), as dermatites (63,7%), a assepsia de feridas
contaminadas (46,6%) e a cicatrização pós-cirúrgica (49,7%). Dentre os participantes que não
aplicam/recomendam a OZT, os principais motivos foram a falta de comprovação da eficácia
(38,6%) e falta de conhecimento técnico do profissional (35,1%). O segundo manuscrito teve
como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana in vitro da solução salina ozonizada (SSO3)
sobre cepas padrão e sobre isolados bacterianos resistentes e com perfil de multirresistência
comumente associados a cistite em cães. Para isto, utilizou-se o método plating para avaliar a
atividade antimicrobiana da exposição por 60 segundos de SSO3 a 78 µg mL-1 sobre as cepas
padrão (Staphylococcus aureus e Escherichia coli) e isolados multirresistentes (Proteus
mirabilis, Klebsiella sp. e Enterococcus sp.), e o teste de microdiluição em caldo para
determinar a concentração inibitória e bactericida mínima para as cepas de S. aureus, E. coli e
Pseudomonas aeruginosa dessa mesma solução. O plating foi o único ensaio em que o
tratamento com a SSO3 resultou em atividade bactericida, promovendo uma redução superior a
99% das unidades formadoras de colônia para a maioria das cepas testadas, exceto para o P.
mirabilis. O terceiro estudo, teve como objetivo relatar a eficácia de dois protocolos diferentes
de irrigação da bexiga com SSO3 em um canino paraplégico com cistite bacteriana recorrente
causada por Proteus spp. A primeira abordagem terapêutica aplicada, a qual consistiu em
repetidas instilações de 60 mL de SSO3 a 59 µg mL-1
, uma vez ao dia, por três dias consecutivos,
não foi efetiva. Já, o segundo protocolo utilizado, que consistiu de sucessivas lavagens em um
único dia, respeitando-se um intervalo de 2 horas entre as mesmas, resultou em uma redução
significativa da presença de bactérias na sedimentoscopia da urina e na urocultura. De forma
geral, os dados deste estudo forneceram um leque de usos potenciais da ozonioterapia na clínica
médica de pequenos animais que poderá ser explorado principalmente pela comunidade
científica para traçar estudos experimentais futuros, buscando a consolidação do conhecimento
acerca do ozônio medicinal na medicina veterinária.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: