As narrativas sobre as práticas jornalísticas no podcast Pauta Pública: procedimentos de controle e ações de resistência no discurso dos jornalistas
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Data
2023-04-06Primeiro membro da banca
Lopez, Débora Cristina
Segundo membro da banca
Quadros, Mirian Redin de
Metadata
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De maneira abrangente, entendemos o podcasting como a produção e a circulação assíncrona
de programas em áudio através da internet. Apesar de sua ligação com a linguagem radiofônica,
trata-se de um fenômeno recente e em ascensão, que tem sido apropriado cada vez mais por
veículos jornalísticos. Um ponto notável a respeito dessas produções é a utilização de repórteres
como fontes de informações. Nesse sentido, este trabalho investiga as narrativas sobre as
práticas jornalísticas resultantes de entrevistas com repórteres no podcast Pauta Pública,
produzido pela Agência Pública. A partir das contribuições de autores como Leal (2013) e
Resende (2009), entendemos o jornalismo como conformador de narrativas sobre a
contemporaneidade. O podcast analisado, ao trazer jornalistas para falar sobre suas reportagens,
constrói narrativas sobre as práticas jornalísticas. Nosso entendimento das práticas jornalísticas
se dá através dos trabalhos de Ryfe (2017) e Marocco (2021), para quem essas práticas são
constituídas pelas ações dos indivíduos com base em um entendimento comum a respeito do
que é para o que serve o jornalismo. Algumas dessas práticas são centrais e fazem do jornalismo
o que ele é. Constituem, portanto, procedimentos de controle que limitam e definem a formação
discursiva (FOUCAULT, 2009). Sendo assim, propomos compreender como os jornalistas
integram suas práticas às suas narrativas e como elas se relacionam com os procedimentos de
controle do discurso. Nossa análise se dá através da perspectiva teórico-metodológica da
Análise Crítica da Narrativa, proposta por Motta (2013). Esse olhar nos permitiu enxergar
veículo, jornalistas apresentadores e repórteres entrevistados como narradores e personagens.
Também foi possível desconstruir e compreender textos que refletem sobre o fazer jornalístico.
Concluímos que os programas constroem narrativas em áudio através de entrevistas que podem
ser consideradas dialogais (LAGE, 2002). Nesse espaço, os repórteres se constituem como
fontes especialistas e testemunhais e relatam práticas que refletem e tensionam os
procedimentos de controle do discurso jornalístico.
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