A paternidade no pós-divórcio a partir do olhar do pai: uma pesquisa longitudinal
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Data
2023-03-23Primeiro membro da banca
Pereira, Caroline Rubin Rossato
Segundo membro da banca
Soares, Laura Cristina Eiras Coelho
Terceiro membro da banca
Mosmann, Clarisse Pereira
Quarto membro da banca
Rosa, Conrado Paulino da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A paternidade, nas últimas décadas, vem sofrendo algumas mudanças tanto no que diz respeito
aos papéis, quanto referente a função paterna. Essas modificações trouxeram implicações
inclusive em famílias que vivenciaram o divórcio e necessitam manter o exercício da
parentalidade. Nesse cenário, o estabelecimento da guarda de filhos também é um aspeto que
pode ser um desafio para a dupla parental, em especial para o pai, que geralmente não possui a
guarda ou residência dos filhos. Com base nisso, o objetivo desta pesquisa de doutorado foi
compreender as vivências da paternidade no pós-divórcio a partir do ponto de vista do pai, em
uma pesquisa qualitativa e longitudinal. Participaram do estudo 16 pais, do sexo masculino,
com idade entre 24 e 42 anos, agrupados em dois subconjuntos, um deles com modalidade de
guarda compartilhada e o outro com guarda unilateral materna, que realizaram acordo de guarda
de filhos em uma defensoria pública do estado do Rio Grande do Sul. Por se tratar de uma
pesquisa longitudinal, foram realizadas duas etapas de coleta de dados, com intervalo de tempo
de seis meses entre elas. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados um formulário
de caracterização dos participantes e entrevistas semidirigidas, uma para cada etapa da pesquisa.
A partir da análise de conteúdo temática, o material foi analisado separadamente em cada etapa
da pesquisa e por último foi feita uma análise conjunta de todo o material coletado. Os
resultados do estudo foram organizados em quatro artigos, sendo que o primeiro abordou como
os participantes definem a paternidade e também como sua própria referência paterna teve
influência na relação com seus filhos, enfatizando os aspectos transgeracionais. O segundo
artigo apontou como os pais percebem o sistema judiciário em relação à guarda dos filhos e ao
acordo realizado, bem como, destacou o entendimento dos participantes sobre a guarda
compartilhada e seus pressupostos. Destaca-se que tanto o primeiro quanto o segundo artigo
apresentaram resultados referentes à primeira etapa da pesquisa. O terceiro artigo abordou as
principais dificuldades enfrentadas pelos pais no pós-divórcio e as estratégias utilizadas para
lidar com esses impasses, tais como: o uso da tecnologia e do diálogo. Por último, o quarto
artigo enfatizou as vivências da parentalidade no pós-divórcio e como os pais percebem as
mudanças na configuração familiar, especialmente com a entrada de novos membros. Cabe
explicar que o terceiro e quarto artigos apresentaram resultados de ambas as etapas do estudo.
Como considerações finais, salienta-se que a modalidade de guarda não apresentou
interferências significativas na vivência da paternidade e sim a relação estabelecida entre o excasal. Ainda, é importante considerar que a condição socioeconômica dos pais se revelou como
um aspecto importante na análise e compreensão da relação com os filhos após a dissolução
conjugal. Por fim, entende-se que o carácter longitudinal da pesquisa oportunizou a escuta dos
mesmos pais em momentos distintos o que contribuiu para o aprofundamento dos dados.
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