Experiências, memórias e subjetividades femininas em As meninas, de Lygia Fagundes Telles, e a Veinte años, Luz, de Elsa Osorio
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Data
2023-03-31Primeiro membro da banca
Vivian, Ilse Maria da Rosa
Segundo membro da banca
Oliveira, Amanda Laís Jacobsen de
Terceiro membro da banca
Dutra, Nícollas Cayann Teixeira
Quarto membro da banca
Guimarães, Rafael Eisinger
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Essa pesquisa propõe um estudo sobre as diversas formas possíveis de construção de outras
versões de ditaduras latino-americanas a partir da literatura de sujeitos historicamente
considerados como alteridade em contextos patriarcais. O estudo analisa obras de autoria
feminina de dois países latino-americanos (Brasil e Argentina), investigando as experiências de
personagens femininas, com o intuito de fazer emergir suas histórias em contextos duplamente
opressivos – tanto por suas ideologias políticas, quanto por seu gênero. O objetivo principal é
a realização de uma análise literária comparativa entre duas obras ficcionais latino-americanas
publicadas em contextos ditatoriais ou pós-ditatoriais. Busca-se, assim, compreender como se
constroem outras versões da história das ditaduras nesses dois países e quais as experiências de
mulheres manifestadas nessas obras, a partir da emersão de perspectivas de gênero – a categoria
analítica da diferença aqui utilizada – na dimensão literária de dois romances latino-americanos.
No âmbito brasileiro, o estudo compreende a análise de As meninas, de Lygia Fagundes Telles,
publicado em 1973. Na Argentina, analisa-se o romance A veinte años, Luz, de Elsa Osorio,
publicado em 1998. Para que os objetivos sejam alcançados, a investigação conta,
primeiramente, com revisão bibliográfica a respeito de teoria e crítica feminista, gênero, autoria
feminina, literatura, história e memória, considerando a natureza interdisciplinar do tema. Além
disso, essa investigação busca compreender o contexto histórico e literário em que as narrativas
componentes do corpus estão inseridas, de forma a alcançar maior complexidade analítica sobre
a época e sobre as temáticas abordadas. A análise das obras é construída sob um viés de cunho
comparatista e com ferramentas conceituais advindas da teoria e da crítica feminista.
Articulando o literário com elementos históricos, culturais e sociais, a análise de As meninas e
A veinte años, Luz explora a manifestação desses elementos e as experiências das personagens
femininas no universo ficcional das obras. Nas considerações finais, realiza-se um cotejo
comparatista, identificando singularidades e estabelecendo pontos de aproximação entre os
romances. Entre esses, destacam-se as complexas inter-relações entre literatura e história, a
representação das personagens femininas, as distintas configurações do sistema de opressão
patriarcal, a duplicidade da violência política e de gênero, as perspectivas narrativas femininas,
as dimensões espaciais e temporais e as discussões sobre memória individual e coletiva.
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