Contaminantes e resíduos em alimentos no Brasil e Holanda: diferentes abordagens através da determinação de patulina e biocidas em diversas matrizes alimentares
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Data
2023-03-30Primeiro coorientador
Pizzutti, Ionara
Primeiro membro da banca
Copetti, Marina Venturini
Segundo membro da banca
Thewes, Fabio Rodrigo
Terceiro membro da banca
Dias, Jonatan Vinicius
Quarto membro da banca
Silva, Rosselei Caiel da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A segurança de alimentos é um tema cada vez mais relevante devido à crescente busca por uma
melhor qualidade de vida e sensibilização dos consumidores quanto ao direito de adquirir
produtos seguros à saúde. Dentre os contaminantes e resíduos presentes nos alimentos que
podem representar risco à população, destacam-se as micotoxinas e agrotóxicos. No presente
trabalho a contaminação por micotoxinas, através da determinação de patulina em maçãs, e a
presença de agrotóxicos, através da determinação de biocidas em produtos lácteos e ração
animal, foram estudadas em duas diferentes abordagens apresentadas em três artigos científicos.
Os dois primeiros artigos objetivaram investigar a contaminação fúngica e de patulina, bem
como sua correlação com os compostos orgânicos voláteis (COVs) em maçãs (até 25% de
podridão) da cultivar [1] Fuji Mishima e [2] Maxi Gala armazenadas em atmosfera controlada
(AC) e atmosfera controlada dinâmica com quociente respiratório (ACD-QR). As frutas foram
armazenadas nas condições acima por oito e nove meses mais sete dias de vida útil a 20 °C,
respectivamente. Este é o primeiro estudo a avaliar efeitos do crescimento fúngico x patulina
x perfil volátil x armazenamento AC e ACD em maçãs destinadas à industrialização. Em ambos
estudos, pode-se comprovar que mesmo utilizando modernas tecnologias de armazenamento,
espécies toxigênicas e patulina foram encontradas em maçãs provenientes de todas as
condições. Penicillium expansum foi a espécie mais prevalente. Condições com menores pCO2
foram associadas à menor concentração de patulina. Com exceção de uma condição (maçãs Fuji
Mishima sob ACD-QR1,3 + 0,8 kPa de CO2), todas as outras apresentaram maçãs contaminadas
com patulina em concentrações superiores ao Limite Máximo Tolerável (LMT) de 50 μg kg-1
da legislação brasileira (atingindo até 440 μg kg-1
em maçãs Maxi Gala). Os resultados chamam
a atenção para, principalmente, o setor de indústrias de maçã, pois mesmo processando frutas
com baixa severidade de podridão (até 25%) ainda assim implica em risco para os consumidores
devido a presença de fungos toxigênicos e micotoxinas. O crescimento fúngico também pode
contribuir para mudanças na composição volátil. Em ambas cultivares, foram encontrados
estireno e 3-metil-1-butanol, compostos considerados na literatura marcadores fúngicos para P.
expansum em maçãs. Já o terceiro artigo objetivou [3] desenvolver e validar um método
analítico para a determinação multirresidual de biocidas em produtos lácteos (leite, leite em pó
e sorvete) e em dois tipos de ração animal utilizando QuEChERS e cromatografia líquida
acoplada a espectrometria de massas de alta resolução (LC-HRMS). A validação analítica foi
realizada de acordo com SANTE/11312/2021 e os resultados mostraram que a grande maioria
dos analitos atendeu aos critérios de exatidão e precisão. O LOQ foi de 10 ng g-1
para a maioria
dos biocidas dependendo da matriz. O método foi aplicado para quantificar biocidas em
produtos lácteos e rações produzidas na Holanda onde três amostras de sorvete e uma de ração
apresentaram concentrações de DDAC-C10 (450, 326, 23 ng g-1
e 366 ng g-1
, respectivamente) excedendo o Limite Máximo de Resíduo (LMR) padrão para agrotóxicos (10 ng g-1
) além de
uma amostra de ração apresentar contaminação com imazalil (185 ng g-1
).
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