“Nós abrimos as porteiras”: divisão sexual do trabalho e luta por reconhecimento sob a perspectiva das questões de gênero numa empresa do sul do Brasil
Resumo
O presente artigo aborda a divisão sexual do trabalho e a ordem de gênero estruturadas e institucionalizadas em uma empresa4 de extensão rural no sul do Brasil, através de pesquisa com as mulheres que nela trabalham/trabalharam. O estudo baseia-se em metodologia quantitativa e qualitativa, com uso das seguintes técnicas de pesquisa: questionário online, entrevistas semiestruturadas e análise de material audiovisual. O aporte teórico-conceitual baseia-se fundamentalmente em estudos de Raewyn Connell e seus conceitos de ordem de gênero e regime de gênero, bem como Silvia Federici, bell hooks, Daniele Kergoat, Helena Hirata, Axel Honneth e Angela Davis. A partir da análise dessas diferentes fontes de dados emergiram as principais categorias analíticas. São elas: desqualificação profissional feminina, formas de assédio, tabu sobre utilização da palavra “feminismo”, negação do papel de vítimas, formas de mobilização e reconhecimento. Estas categorias analíticas evidenciaram as desigualdades inerentes à ordem de gênero verificada na divisão sexual do trabalho da empresa pesquisada. As mudanças e permanências encontradas na ordem de gênero fazem parte do desenvolvimento e da agência de trabalhadores da empresa ao longo do tempo.
Coleções
- Estudos de Gênero [46]
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