Produtividade da soja e distribuição de raízes em solos com variabilidade de atributos físicos e químicos em safra com estiagem
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Data
2023-09-08Primeiro coorientador
Mulazzani, Rodrigo Pivoto
Primeiro membro da banca
Michelon, Cleudson José
Segundo membro da banca
Koppe, Ezequiel
Terceiro membro da banca
Mallmann, Fábio Joel Kochem
Quarto membro da banca
Drescher, Marta Sandra
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A existência de camadas no solo com limitações de natureza física e/ou química no solo são comuns em lavouras do Rio Grande do Sul. Essas condições prejudicam o crescimento de raízes da cultura da soja em camadas mais profundas. A distribuição das raízes no perfil do solo exerce influência direta sobre a produtividade de grãos e é modulada pelos padrões de chuvas ao longo do ciclo da cultura. A concentração de raízes em camadas superficiais tem pouco impacto na produtividade em anos com chuvas bem distribuídas, mas pode causar perdas significativas em anos de chuvas irregulares, especialmente quando há escassez de chuva nos estádios reprodutivos. Contudo, a relação entre tolerância da soja ao déficit hídrico e perfil de distribuição de raízes ainda não é bem compreendida. Neste trabalho, diferentes perfis de distribuição de raízes da cultura da soja foram avaliados em dois estudos. No primeiro (artigo I), foi testada a eficácia da mobilização eventual do solo sob plantio direto e correção química em profundidade como estratégia para aumentar o aprofundamento de raízes e, assim, mitigar o impacto do déficit hídrico na produtividade da soja. Para isso, foram testados três tratamentos: aplicação de calcário, P e K em superfície: AQsup, escarificação seguida de AQsup = ESC_AQsup, escarificação seguida de AQsup e de aração = ESC_AQsup_ARA. A mobilização eventual do solo resultou em maior concentração de raízes na camada mobili- zada. Nessa camada, houve redução da disponibilidade de água, em decorrência da menor capacidade de retenção do solo resultado da mobilização. Isso limitou a produtividade da soja pela menor oferta de água na camada na camada onde havia maior concentração de raízes. O uso de corretivos químicos melhorou as condições químicas em profundidade, mas não foi preponderante no aprofundamento radicular. No segundo estudo (artigo II), foi realizado um diagnóstico da distribuição de raízes da soja em diferentes solos do estado do Rio Grande do Sul. Foram coletadas amostras de solo e de raízes em diferentes profundidades de 10 locais do estado. Além disso, os dados de precipitação foram medidos nas lavouras de Barra do Ribeiro, Bossoroca, Cacequi, Marau e Tuparendi e, obtidos de estações meteorológicas mais próximas às lavouras de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ibirubá e São Pedro do Sul devido à falta de medições nas respectivas áreas cultivadas. Os resultados deste estudo indicam que praticamente todas as lavouras possuem limitações, seja de natureza física ou química, e, em alguns casos, de ambas, que restringem o aprofundamento de raízes. Nos locais com chuvas bem distribuídas, as plantas consegui- ram suprir sua demanda por água mesmo com as raízes concentradas nas camadas mais próximas à superfície do solo. Contudo, essa configuração limitou severamente a produtividade da soja quando houve escassez de chuvas. Percebe-se, portanto, que a melhoria das condições químicas no solo em profundidade é necessária na maioria dos solos do estado e pode melhorar o aprofundamento de raízes desde que as condições físicas não sejam limitantes. Em termo de manejo físico, a descompactação mecânica pode ser prejudicial ao aprofundamento de raízes e deve ser evitada.
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