Perfil químico de extrativos de Eucalyptus spp. e sua bioatividade sobre Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae)
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Data
2024-03-07Primeiro coorientador
Araujo, Maristela Machado
Primeiro membro da banca
Machado, Dayanna do Nascimento
Segundo membro da banca
Boscardin, Jardel
Terceiro membro da banca
Tabaldi, Luciane Almeri
Quarto membro da banca
Schmidt, Denise
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os extrativos vegetais, como óleos essenciais (OEs) são uma mistura complexa de substâncias químicas heterogêneas, voláteis e líquidas, envolvidos em funções de defesa das plantas, como inibidores alimentares. Espécies do gênero Eucalyptus são potenciais produtoras de extrativos. Entre as substâncias, em espécies do gênero, destacam-se eucaliptol, p-cimeno, α-pineno e β-pineno, que estão relacionadas a diferentes processos biológicos. Já os compostos fenólicos têm funções de defesa contra herbívoria, contra o estresse oxidativo, protegendo as plantas, além de agirem como adjuvantes nos processos reprodutivos. O trabalho objetivou avaliar o potencial dos extrativos obtidos de folhas de Eucalyptus benthamii e E. saligna para o controle do percevejo-bronzeado do eucalipto (Thaumastocoris peregrinus). No estudo foram coletadas as folhas das espécies Eucalyptus benthamii e E. saligna primeiramente no município de São Sepé, RS, em fevereiro de 2021 e a segunda coleta em fevereiro de 2022, no município de Cachoeira do Sul, RS. Os OEs foram obtidos por hidrodestilação em aparelho tipo Clevenger por 3 horas em triplicata, e os rendimentos foram calculados em relação ao peso fresco de material vegetal extraído das folhas (% m/m). Foram obtidos também extratos etanólicos (EEs) das folhas por extração a quente em aparelho Soxhlet, em triplicata. Foi testada a toxicidade dos OEs nas concentrações de 0,5%, 1%, 1,5% e 2% e de 0,5%, 1%, 1,5%, 2% e 4% do EEs bruto da espécie E. saligna sobre T. peregrinus. Seus efeitos foram relacionados à composição química dos extrativos analisada por GC-MS e UPLC, respectivamente. Os rendimentos dos OEs da primeira coleta para a espécie E. benthamii foram de 1,0% e para E. saligna de 0,18 %. Já para os OEs obtidos de material vegetal da segunda coleta, realizada em Cachoeira do Sul, obteve-se rendimento extrativo para E. benthamii de 1,38% e para E. saligna de 0,31%. Através do estudo identificamos nos OEs para E. saligna entre as substâncias majoritárias o α-pineno, eucaliptol, α-terpinol, limoneno e espatulenol, e para E. benthamii, o α-pineno aromadendreno e valenceno. Com isso foi possível verificar que a diferença entre as duas espécies está na presença de eucaliptol nos OEs de E. saligna, demonstrando que as espécies possuem composição química diferente. Para os extratos etanólicos, do primeiro local de coleta observamos rendimento extrativo de 23,06% para E. saligna e de 21,75% para E. benthamii e para o segundo local de coleta, rendimento de 19,27% e 15,63% para o extrato. Os EEs apresentam características químicas específicas na dependência da espécie. Para E. saligna foram detectados compostos fenólicos, saponinas e taninos hidrolisáveis. Para E. benthamii, foi detectada diferente classe de taninos (condensados), que reforçam a individualidade dos extrativos de cada espécie. O OE de E. saligna na maior concentração testada (2%) causou a mortalidade de 100% dos espécimes de T. peregrinus após 48 horas e na menor concentração (0,5), suprimiu cerca de 46%. Os extrativos vegetais de E. saligna possuem potencial de utilização para o controle de Thaumastocoris peregrinus. Os OEs mostram atividade relativa à sobrevivência dos insetos, enquanto os EEs as atividades relacionadas à inibição da alimentação.
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