Fatores de risco relacionados à mortalidade neonatal: revisão integrativa
Resumo
A mortalidade neonatal é o componente principal da mortalidade infantil, pois o
maior número de óbitos ocorre neste período. Assim, líderes de diferentes países,
inclusive do Brasil, buscam estratégias para diminuir esse cenário mundial. No país,
apesar de já ter se alcançado uma significativa diminuição da taxa de mortalidade
neonatal e infantil, ainda há muitos óbitos que poderiam ser evitados diante de um
acesso à assistência à saúde adequada. Em um município na região Central do Rio
Grande do Sul, existe um instrumento de gestão que identifica recém-nascidos que
possuem risco de óbito precoce. Entretanto, está desatualizado há mais de 20 anos.
Dessa forma, objetivou-se identificar os fatores de risco relacionados à mortalidade
neonatal descritos na produção científica nacional no período de 2018 a 2023, com o
intuito de melhorar o reconhecimento dessas crianças e evitar esse desfecho.
Trata-se de uma revisão integrativa, realizada na Biblioteca Virtual em Saúde,
utilizando os termos (newborn OR infant) AND (early neonatal mortality OR neonatal
mortality OR infant mortality) AND (risk factors) AND (Brazil), nas bases de dados
LILACS, BDENF e MEDLINE, nos últimos cinco anos. A busca resultou em um total
de 1.081 artigos, e destes, foram selecionados 15 para compor o estudo. Emergiram
duas categorias de fatores de risco: isolados e associados. Dentre os fatores de
risco mais prevalentes, identificou-se como isolados: baixo peso ao nascer,
prematuridade, Apgar 5° minuto <7, pré-natal com menos de 7 consulta,
malformação congênita e sexo masculino; já os associados: idade materna < 19
anos, gestação múltipla, escolaridade materna < 8 anos, histórico pregresso de óbito
fetal, vulnerabilidade sócioeconômica e presença de complicações na gestação.
Sendo assim, foi possível observar que a maioria dos fatores de risco são
modificáveis diante do acesso a um acompanhamento perinatal adequado, bem
como, do reconhecimento das particularidades regionais. Para que, assim, gestores
e profissionais da saúde sejam capazes de realizar ações e avanços nos processos
de trabalho, a fim de diminuir a mortalidade neonatal.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: