Distribuição da variabilidade genética em populações naturais de baccharis trimera (less) dc. (carqueja) no sul do Brasil.
Fecha
2004-12-13Metadatos
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A carqueja (Baccharis trimera (Less) DC.) é uma planta nativa da América do Sul, ocorre em vários ambientes, muito utilizada na medicina popular, sendo explorada de forma predatória. O desenvolvimento deste estudo teve como objetivo gerar informações para o estabelecimento de
estratégias adequadas para a conservação de recursos genéticos da espécie. Desta maneira, buscou-se informações relativas a aspectos reprodutivos e genéticos da mesma. Nas análises citogenéticas, buscou-se informações a respeito do número de cromossomos, formação dos gametas masculinos (microsporogênese) e viabilidade polínica em oito populações nativas dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina. Na contagem do número de cromossomos, foram analisadas em média 10 células metafásicas por população. O corante usado foi Giemsa 2% (v/v). Nas análises da microsporogênese, foram comparadas as fases de associação e distribuição dos cromossomos na meiose, a formação de
tétrades e viabilidade polínica pelo teste do (2 (P(0,01). O corante usado na identificação das células foi o carmim propiônico 2%(m/v) e para a estimativa da viabilidade do pólen foram testados três diferentes corantes: carmim propiônico 2%, orceína acética 2% (m/v) e reativo de alexander. Para a caracterização da variabilidade genética foram coletadas amostras de dez populações naturais de indivíduos adultos e quatro para progênies maternas procedentes do Sul do Brasil. Foram utilizados marcadores
alozímicos, revelados a partir de eletroforese em gel de amido (penetrose 30-13%), com tampão eletrodo gel Tris citrato para os sistemas enzimáticos ACP, a - EST, b - EST, MDH, PRX, NADHDH e GTDH. Para a caracterização da estrutura genética foram usadas as estatísticas F de Wright. O sistema reprodutivo foi caracterizado a partir da avaliação da
existência de equilíbrio de panmixia e endogamia, bem como a partir da estimativa da taxa de cruzamento multilocos. Os principais resultados revelaram que as populações analisadas são diplóides com 2n=2x=18 cromossomos. Para as oito populações de Baccharis trimera, tanto na meiose I quanto na meiose II, a porcentagem de células normais, índice
meiótico e viabilidade do pólen foram acima de 85%. Estes dados indicam que as populações possuem uma microsporogênese normal, no processo evolutivo da espécie, não ocorrendo problemas quando de sua introdução
em programas de seleção, cruzamento e produção de sementes. Na comparação entre os três corantes, foram observadas diferenças significativas entre os mesmos, sugerindo o corante reativo de alexander como o mais indicado para estimar a viabilidade do pólen nesta espécie.
Os resultados obtidos pelos marcadores alozímicos revelaram níveis elevados de diversidades tanto para adultos (P=71% A=2,1, Ho=0,217 e He=0,215), quanto para as progênies (P=81%, A=2,4, Ho=0,272 e He=0,269). A maior parte da variabilidade genética de Baccharis. trimera está dentro das populações (FST = 0,0326), com excesso de heterozigotos para a maioria das populações. Há indicativos de que o
tamanho efetivo populacional e o tipo vegetacional são os fatores de maior influência nas diferenças encontradas entre as populações. A espécie é alógama com Tm=1,05. As populações estudadas estão em equilíbrio de panmixia e endogamia. Tomados em conjunto, os resultados desta pesquisa fornecem referenciais que possibilitam definir estratégias para a conservação de recursos genéticos da espécie.