Consulta de enfermagem na estratégia saúde família com pessoas que têm diabetes mellitus: construção participativa
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Data
2023-12-21Primeiro coorientador
Coelho, Alexa Pupiara Flores
Primeiro membro da banca
Cezar-Vaz, Marta Regina
Segundo membro da banca
Zamberlan, Cláudia
Terceiro membro da banca
Perlini, Nara Marilene Oliveira Girardon
Quarto membro da banca
Weiller, Teresinha Heck
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A consulta de enfermagem (CE) destaca-se como relevante no cuidado com pessoas que têm Diabetes mellitus (DM), pois é uma doença de forte impacto social responsável pelas principais causas de morte no mundo. O Brasil ocupa a primeira posição na América Latina em número de pessoas com DM. Esse panorama requer ações de fortalecimento e qualificação do cuidado baseadas em um modelo de atenção à saúde centrado no usuário e que pressuponha o cuidado integral, proativo, longitudinal e resolutivo. Nesse enfoque essa pesquisa buscou analisar os elementos constitutivos que embasam a consulta de enfermagem junto às pessoas com DM na Estratégia de Saúde da Família e desenvolver um processo educativo, baseado nos pressupostos do Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) mediado por um processo reflexivo-dialógico com enfermeiros(as), no intuito da melhoria CE com pessoas que têm DM. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, convergente assistencial (PCA) realizada nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) de um município da região centro-oeste do estado do Rio Grande do Sul. Os (as) participantes da pesquisa foram enfermeiros (as), vinculados(as) a ESF, que possuem experiência em CE com pessoas que têm DM. A aproximação com o campo iniciou em agosto de 2020 e produção dos dados no período outubro de 2020 à dezembro de 2021, por meio da observação participante, entrevista semiestruturada e grupos de convergência. O processo de análise se deu de forma participativa a partir da produção de narrativas com abordagem interpretativa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Santa Maria sob o número CAAE 36038620.8.0000.5346 e Parecer Nº 4.209.003. Os resultados evidenciaram que os (as) enfermeiros (as) buscam com a CE promover o autocuidado, estabelecer vínculo com os usuários e apoiar as mudanças de hábitos de vida das pessoas que têm DM e esses elementos possuem aproximação com o MACC. Dentre os elementos que se distanciam do MACC identificou-se atitudes, valores e conhecimentos que fragilizam o cuidado de enfermagem por ocasião da CE entre eles: condutas reativas, prescritivas, verticalizadas e análogas para todos os usuários. Verificou-se lacunas de conhecimento teórico prático, desafios e potencialidades do cenário onde a CE é desenvolvida. Constituíram-se pontos de convergência para melhoria da qualidade da CE com pessoas que têm DM o aprofundamento teórico prático do MACC e da CE em DM; enfrentamento da sobrecarga de trabalho, implantação de um guia para a CE. Do processo educativo constatou-se impactos como o fortalecimento da autonomia dos(as) enfermeiros(as) a partir de fontes confiáveis de conhecimento; o despertar do pensamento crítico mediante reflexão sobre a realidade, a busca consciente pelo aperfeiçoamento a transformação da prática e a ressignificação acerca da relação usuário centrada gerada no processo da PCA. Conclui-se que CE foi aperfeiçoada a partir da participação ativa dos(as) enfermeiros(as) no processo educativo-reflexivo-dialógico, pois os mesmos se posicionaram para intervir nessa realidade e alcançar a melhoria da qualidade da CE por eles(as) desenvolvida. Sugere-se estudos mistos e quantitativos e mistos com enfermeiros a fim de estabelecer relações e mensurar o impacto da CE baseada no MACC na saúde das pessoas com DM.
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