Muito mais que mel: uma análise dos padrões funcionais de polinizadores em diferentes ecossistemas
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Date
2024-06-05Primeiro coorientador
Fortes, Fabiano de Oliveira
Primeiro membro da banca
Marcuzzo, Suzane Bevilacqua
Segundo membro da banca
Costa, Ervandil Corrêa
Terceiro membro da banca
Machado, Dayanna do Nascimento
Quarto membro da banca
Mähler Junior, Jan Karel Felix
Metadata
Show full item recordAbstract
A polinização, dentro dos serviços ecossistêmicos, é provavelmente a mais criticamente impactada, sendo considerada como a maior crise global sobre a biodiversidade. No entanto, pouco se conhece sobre as dinâmicas das relações planta-polinizador entre os ecossistemas naturais e os novos ecossistemas, formados por mosaicos de áreas nativas e matriz produtiva, com diferentes escalas de pressão antrópica. No presente trabalho, através de modelos lineares mistos e redes de interação planta-polinizador, foi investigada a influência de variáveis relacionadas ao tipo (cidade, lavoura, pastagem e nativo) e qualidade da paisagem (características e estado de conservação dos ecossistemas), e a variáveis de hábitat (temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e número de flores disponíveis) sobre os sistemas planta-polinizador. Com foco nas alterações da funcionalidade dos ecossistemas, relacionadas a qualidade dos recursos florais ofertados, e à composição e papéis funcionais dos polinizadores, utilizando como estudo de caso a guilda de visitantes florais da espécie Bauhinia forficata Link. Os resultados apontam que áreas de pastagem estejam mais próximas de áreas nativas, e que áreas de lavoura e de cidade requeiram especial atenção quanto a funcionalidade do serviço ecossistêmico da polinização. Também existem evidências que ecossistemas degradados se distanciem de áreas naturais e conservadas em qualidade dos recursos ofertados e nos papéis funcionais desempenhados pelos polinizadores, ainda que a composição de espécies seja semelhante. B. forficata responde ativamente ao estado de conservação dos ecossistemas, aumentando a oferta de recursos florais em áreas degradadas ou com menor abundância de espécies (feedback positivo). Com máximo adaptativo transposto em áreas de lavoura, em função da competição com as culturas. Quanto maior a atratividade local da planta, seja em qualidade ou quantidade dos recursos, maior o potencial de manutenção de espécies-chave de polinizadores. Alguns grupos funcionais de visitantes florais são indicadores da qualidade ambiental, com destaque para lepidópteros em áreas alteradas e impactadas e himenópteros em áreas naturais. Espécies de comportamento agressivo se adaptam a ambientes mais hostis, e condicionam outras espécies à utilização de recursos marginais. A tendência nos ecossistemas degradados é de espécies generalistas quanto ao hábitat e comportamento, com papéis funcionais distintos dos que exercem em áreas naturais. O arranjo, composição, e papéis funcionais das espécies respondem às variáveis de paisagem e de hábitat através de adaptações funcionais nas espécies generalistas, e não através do processo de especialização. E por fim, o tipo de paisagem e estado de conservação selecionam quais espécies/grupos de polinizadores podem ocorrer, e as variáveis de hábitat selecionam dentro das espécies possíveis, quais estarão presentes no momento, e como se comportarão.
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