Identificação molecular e filogenética de Leptospira spp. detectados em animais silvestres, pets não convencionais e em gatos domésticos no Rio Grande do Sul, Brasil
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Data
2024-07-31Primeiro coorientador
Von Laer, Ana Eucares
Primeiro membro da banca
Gressler, Leticia
Segundo membro da banca
Rodrigues, Rogério Oliveira
Terceiro membro da banca
Santos, Helton Fernandes dos
Quarto membro da banca
Tonin, Alexandre Alberto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Bactérias do gênero Leptospira são os agentes etiológicos da leptospirose, doença
responsável por consideráveis impactos à economia, à saúde pública e à sanidade animal,
caracterizada como uma zoonose de distribuição mundial e de elevada ocorrência no
Brasil. O agente etiológico da leptospirose está presente em ambientes rurais e urbanos,
sendo transmitido tanto por contato direto quanto indireto, especialmente, com a urina de
animais infectados. Desta forma, espécies domésticas e silvestres podem se infectar com
Leptospira spp. e atuar como fonte de infecção para outros hospedeiros, incluindo os
humanos. Dentre as espécies domésticas acometidas destacam-se as espécies canina,
bovina, equina e suína; entretanto, em espécies de animais silvestres e em gatos
domésticos se observa uma carência de estudos, especialmente moleculares que
demonstrem evidências sobre Leptospira spp. nestas espécies animais. O presente estudo
objetivou realizar a detecção molecular de DNA de Leptospira spp. patogênicas em tecido
renal de diferentes espécies animais, incluindo os mamíferos silvestres e os gatos
domésticos (Felis silvestres catus) do Rio Grande do Sul (RS), Brasil; além disso,
identificar as espécies de Leptospira spp. presentes no tecido renal dos animais
pesquisados. As amostras deste estudo foram avaliadas quanto à presença do gene lipL32
pela reação em cadeia da polimerase (PCR), seguido do sequenciamento do fragmento
amplificado e análises filogenéticas. DNA de Leptospira spp. foi extraído do tecido renal
de animais selvagens (classe Mammalia) e de gatos domésticos do RS, Brasil. Como
resultados desta pesquisa, foram detectados DNA de Leptospira spp. patogênicas em 9,6
% (11/114) das amostras renais de animais silvestres, provenientes de nove espécies
diferentes de mamíferos, incluindo gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) em
18,2% (2/11), zorrilho (Conepatus chinga) em 18,2% (2/11), gato-do-mato-grande
(Leopardus geoffroyi) em 9,1% (1/11), gato-maracajá (Leopardus wiedii) em 9,1%
(1/11), graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus) em 9,1% ( 1/11), capivara
(Hydrochoerus hydrochaeris) com 9,1% (1/11), sagui-de-tufo-branco (Callithrix
jacchus) em 9,1% (1/11), lontra-neotropical (Lontra longicaudis) em 9,1% (1/11) e lebreeuropeia
(Lepus europaeus) em 9,1% (1/11). Em pets não convencionais foram
detectados DNA de Leptospira spp. patogênicas em 13,8% (4/29) das amostras
provenientes de duas das cinco espécies analisadas, correspondendo ao coelho
(Oryctolagus cuniculus) com 75% (3/4) e ao hamster (Mesocricetus auratus) 25% (1/4).
Em gatos domésticos (Felis silvestres catus) foi detectado a presença de Leptospira spp.
patogênicas em 22,1% (67/303) das amostras analisadas. Após o sequenciamento de
DNA e das análises filogenéticas demonstrou-se a presença de duas espécies patogênicas,
Leptospira borgpetersenii e Leptospira interrogans. Esta pesquisa é pioneira,
contribuindo à epidemiologia da leptospirose ao identificar L. interrogans e L.
borgpetersenii em mamíferos silvestres e em gatos domésticos no estado do RS, Brasil.
As descobertas deste estudo destacam a importância dessas espécies animais que podem
servir como potenciais reservatórios para Leptospira spp. Além disso, enfatiza-se a
necessidade de incluir essas espécies no monitoramento da epidemiologia desta relevante
zoonose, visando orientar medidas eficazes de controle e prevenção da leptospirose,
especialmente em áreas endêmicas, contribuindo para a promoção da Saúde Única.
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