Compostos bioativos, atividade antioxidante e antimicrobiana na casca de cebola roxa (Allium cepa L.) submetidos a diferentes métodos de extração
Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar o emprego de diferentes métodos (micro-ondas focalizada, ultrassom e convencional por agitação) variando parâmetros como concentração de solvente, tempo, temperatura, potência e pulsos na extração de compostos bioativos da casca de cebola roxa a fim de obter um extrato com alto teor de fenólicos totais, elevada capacidade antioxidante, atividade antibacteriana e antifúngica. Foi determinado o teor de fenólicos totais, flavonoides totais e antocianinas totais dos extratos obtidos, além da capacidade antioxidante in vitro por quatro métodos distintos e atividade antibacteriana. Os extratos obtidos através da extração convencional por agitação apresentaram maior teor de fenólicos totais, flavonoides e antocianinas totais quando extraídos com concentração maior do solvente (80%). Com relação ao tempo, verificou-se que o menor tempo de extração, (30 minutos) favoreceu a extração de compostos com maior atividade antioxidante pelo método DPPH e menor concentração inibinitória (IC50) e com o maior tempo (240 minutos) obteve-se extratos com maiores atividades antioxidantes pelo método β-caroteno e ABTS. Os resultados encontrados para a extração através das micro-ondas focalizadas, de modo geral, indicaram que as maiores concentrações de solvente (60 e 80%) foram mais eficazes na extração de compostos bioativos e consequentemente para obtenção de extratos com maior capacidade antioxidante. Em relação à temperatura de extração, verificou-se que os extratos com maiores teores de compostos fenólicos totais e flavonoides foram obtidos a 70°C. No entanto, o teor de antocianinas totais, atividades antioxidante pelos métodos DPPH e FRAP dos extratos não foram influenciadas pela temperatura de extração. A utilização do ultrassom na extração de compostos bioativos da casca de cebola roxa apontou que a extração de flavonoides totais, antocianinas totais, atividade antioxidante (FRAP e β-caroteno) foram eficientes em potência 130 W, modo pulsado e solvente 60%. A atividade antioxidante pelo método DPPH sofreu influência somente do solvente 60% e os valores pelo método ABTS foram maiores com solvente 80%, modo pulsado e 130 W. Para maior poder de inibição de 50% do radical DPPH (IC50) as condições necessárias são 130 W, modo pulsado e 40% de solvente. Os extratos obtidos através das diferentes metodologias de extração não apresentaram atividade antibacteriana para os diferentes micro-organismos testados. Contudo, pode-se inferir que a casca de cebola roxa é boa fonte de compostos bioativos com ação antioxidante, podendo ser ingrediente em potencial na elaboração de produtos alimentícios inibindo a oxidação lipídica, além de contribuir na redução de resíduos agro-industriais.