Terapia intensiva com finger kazoo em professoras disfônicas com e sem afecções laríngeas ensaio clínico controlado e randomizado
Abstract
Objetivos: verificar medidas vocais acústicas, perceptivoauditivas, videolaringoestroboscópicas, aerodinâmicas, sensações vocais, qualidade de vida e sintomas de ansiedade e depressão em professoras disfônicas de dois grupos de estudo, um com e outro sem afecção laríngea estrutural, antes e após um programa de terapia breve e intensiva (TBI) com a técnica FK, comparando com dois grupos de controle, bem como comparar os grupos de estudo entre si. Métodos: ensaio clínico controlado e randomizado cego. Realizadas análise vocal acústica, perceptivoauditiva (por três fonoaudiólogos juízes), videolaringoestroboscópica (por três otorrinolaringologistas juízes), avaliações de tempos máximos de fonação, de nível de pressão sonora e aplicados questionários em dois grupos de estudo (um sem afecção laríngea estrutural em que participaram 15 professoras e outro com afecção laríngea estrutural em que participaram nove professoras), antes e após a terapia, e em dois grupos de controles (um sem afecção laríngea estrutural em que participaram nove professoras e outro com afecção laríngea estrutural em que participaram oito professoras), que não realizaram a terapia, mas realizaram as avaliações nos mesmos períodos. Resultados: redução significativa da proporção ruído-harmônico no grupo de estudo com afecção após a terapia. Na comparação entre o grupo de estudo sem afecção com o respectivo controle, redução significativa de medidas de jitter, shimmer e de segmentos surdos ou não sonorizados, em favor do grupo de estudo. Redução significativa do grau da disfonia, rouquidão, soprosidade e tensão, além de menor ocorrência de fenda triangular de grau II e maior amplitude de vibração das pregas vocais no grupo de estudo sem afecção. Redução significativa do tempo máximo de fonação de /e/ no grupo de estudo sem afecção e redução significativa do nível de pressão sonora máximo no grupo de estudo com afecção. A Escala de desconforto do Trato Vocal, o Perfil de Participação em Atividades Vocais e a Escala de Sintomas Vocais revelaram significativos benefícios nos dois grupos de estudo, com maior propriedade no grupo de estudo com afecção. As sensações vocais negativas reduziram significativamente no grupo estudo sem afecção. No protocolo Qualidade de Vida e Voz, houve benefícios significativos semelhantes nos dois grupos de estudo. Houve efeitos positivos sobre os sintomas de ansiedade no grupo de estudo com afecção e sobre os sintomas de depressão no grupo de controle com afecção e grupo de estudo sem afecção. Conclusão: A TBI com a técnica FK proporcionou benefícios na voz, fechamento glótico e amplitude de vibração da mucosa, efeitos positivos na autoavaliação vocal, qualidade de vida e sintomas de ansiedade e depressão nas professoras disfônicas dos dois grupos de estudo, com e sem afecção laríngea estrutural. Ainda, proporcionou redução do padrão hiperfuncional. Os ganhos foram mais evidentes nas professoras sem afecção laríngea estrutural de pregas vocais.