Transpiração e crescimento foliar de clones de batata e de mandioca em resposta à fração de água transpirável no solo
Resumo
O objetivo deste trabalho foi determinar a resposta da planta em termos de transpiração e de crescimento foliar em clones de batata e de mandioca ao conteúdo de água disponível no solo, representado pela fração de água transpirável no solo (FATS). Foram realizados três experimentos com a cultura da batata, sendo dois na primavera (cultivo de safra), com plantios em 20/08/2008 (BAT1) e 20/10/2008 (BAT2) e um no outono (cultivo de safrinha), com plantio em 25/03/2009 (BAT3), e dois experimentos com a cultura da mandioca com plantio em 11/09/2009 (MAN1) e 08/09/2010 (MAN2). Os experimentos foram conduzidos em vasos de 8 litros preenchidos com solo e dispostos no interior de um
abrigo plástico telado. Os clones de batata utilizados foram Macaca e SMINIA793101-3 e os clones de mandioca foram Fécula Branca e Fepagro RS 13. A água disponível, representada pela FATS, a transpiração e o crescimento foliar foram medidos diariamente durante o período de imposição da deficiência hídrica em cada experimento. Para a cultura da batata a FATS crítica que começa a afetar a transpiração, indicativo do início do fechamento estomático, foi de 0,38, 0,47 e 0,28 no clone Macaca e 0,48, 0,51 e 0,32 no clone
SMINIA793101-3, para os experimentos BAT1, BAT2 e BAT3, respectivamente, enquanto o crescimento foliar começou a ser reduzido com um valor de FATS crítica maior para o clone
Macaca, indicando que o clone SMINIA793101-3 é mais tolerante ao déficit hídrico no solo que o clone Macaca. Para a cultura da mandioca, a FATS crítica em que a transpiração começa a ser reduzida foi de 0,45 para o clone Fécula Branca e 0,50 para o clone Fepagro RS 13. O crescimento foliar começou a ser reduzido quando a FATS atingiu valores de 0,51 no clone Fécula Branca e 0,49 no clone Fepagro RS 13. Quando os dados foram separados em dias com baixa e alta demanda evaporativa do ar, representada pelo déficit de pressão de vapor do ar às 15 horas, houve diferença na FATS crítica que começa a afetar a transpiração e o crescimento foliar para as duas espécies e dentro de cada espécie. Estes resultados confirmam a variabilidade genética disponível em cada espécie e são um lembrete da complexa relação
entre genótipo e ambiente que caracteriza as culturas agrícolas.