Avaliação e critério para a utilização de semeadora com sistema de taxa variável de sementes na cultura da soja
Abstract
A agricultura de precisão (AP) é uma atividade considerada recente e muitos estudos vêm sendo realizados nessa área. Novas tecnologias voltadas a AP são disponibilizadas num curto espaço de tempo, devendo ser melhor estudadas, com vistas a comprovar sua contribuição aos sistemas produtivos. Dentre as novas tecnologias, destacam-se as semeadoras-adubadoras com sistema de taxa variável de sementes e adubo. Nessas máquinas, o acionamento do mecanismo dosador é feito por um motor hidráulico acionado pela Tomada de Potência (TDP) ou pelo sistema hidráulico do trator. Pressupõe-se que diferentes formas de acionamento do sistema dosador em semeadoras possam ocasionar diferentes demandas de potência do trator, influenciar no desempenho do conjunto trator-semeadora e na distribuição longitudinal de sementes. Com isso, um dos objetivos do estudo foi avaliar o desempenho do conjunto trator semeadora com sistema de taxa variável, em três diferentes velocidades de deslocamento. Outro objetivo visou determinar se o relevo pode ser usado como parâmetro para utilização de taxa variável de sementes na cultura da soja. Assim, foi analisado se a variação da densidade de semeadura em função do relevo pode melhora a produtividade de grãos por área. Foram conduzidos dois experimentos na granja Limburgia, pertencente a Sementes Van Ass, no município de Palmeira das Missões, RS. Para o primeiro experimento, foi testado o desempenho do conjunto trator semeadora em três velocidades de deslocamento, avaliando quanto ao patinamento, força de tração, consumo de combustível; estande inicial e final de plantas; distribuição longitudinal de sementes na linha; e produtividade de grãos. Como resultados observou-se que a variação na velocidade de operação não influenciou a demanda de força de tração, patinamento, consumo horário de combustível e produtividade de grãos, porém, influenciou a eficiência em tração, potencia útil na barra, consumo específico de combustível, e distribuição longitudinal de plantas. No segundo experimento, foi avaliado o comportamento de duas cultivares de soja, em cinco densidades de semeadura e em três locais distintos do relevo (topo, encosta e baixada), em área irrigada por pivô central. As variáveis analisadas foram estande inicial de plantas; disponibilidade hídrica ao longo do ciclo; estande final de plantas; e produtividade de grãos. A produtividade de grãos diferiu estatisticamente entre os locais do relevo e entre as cultivares testadas. Analisando os dados desse experimento, conclui-se que o relevo pode ser usado como fator na tomada de decisão, referente ao uso de taxa variável de sementes, na semeadura da soja.