Dinâmica de crescimento de uma floresta ombrófila mista em Nova Prata, RS
Resumo
As mudanças na composição florística, estrutura fitossociológica e os processos dinâmicos do crescimento: ingresso, mortalidade e incremento em área basal, foram estudados em cinco unidades de medição permanente de uma Floresta Ombrófila Mista com distintos graus de intervenção antrópica. A área, localizada no município de Nova Prata, RS, foi amostrada durante o período de 1995 a 2003, considerando os indivíduos arbóreos com circunferência à altura do peito maior ou igual a 30 cm. A análise de composição florística e estrutura fitossociológica mostram não haver mudanças significativas durante o período estudado. Foi observada uma mudança na composição vertical da floresta para estruturas com menor número de estratos significando uma maior estabilidade. As taxas de mortalidade foram superiores as taxas de ingresso, de modo que a dinâmica não se produz em forma gradativa mas sim por períodos onde a mortalidade é superior ao ingresso, gerando espaços no dossel, o que permite o surgimento de novos indivíduos. O incremento periódico anual em área basal pode ser estimado por uma equação própria desenvolvida para a floresta amostrada. Foi necessário desenvolver uma equação particular para a estimativa do incremento em área basal para a unidade amostral permanente Parcela 5 , pois esta mostrou um comportamento totalmente diferenciado do resto em conseqüência de um ciclone. A análise de correspondência canônica dividiu a floresta em duas estruturas diferenciadas pela presença dominante, ou não, de Araucaria angustifolia, fazendo necessário o trabalho em duas comunidades fitossociológicas. Analisando estas duas estruturas, também, não foram observadas mudanças significativas na estrutura fitossociológica no período estudado. As taxas de mortalidade também se apresentaram maiores que as de ingresso, registrando-se uma maior mortalidade na floresta sem presença dominante de araucária, o que indica uma maior alteração da estrutura. Os incrementos periódicos anuais em área basal podem ser estimados através de equações de regressão desenvolvidas para cada caso. Pelo observado é recomendável manejar a floresta fazendo uma divisão pelas diferença de vegetação em dois grupos com presença dominante de araucária e sem presença dominante desta espécie.