Enraizamento adventício de estacas de Sebastiania schottiana Müll. Arg.
Abstract
No presente trabalho estudou-se o potencial de enraizamento de estacas de S. schottiana como mecanismo de reprodução vegetativa. O material vegetal foi coletado em matrizes
com aproximadamente 5 anos de idade, às margens do Rio Soturno, no município de Faxinal do Soturno, situado nas regiões fisiográficas do Planalto e Depressão Central do Rio
Grande do Sul. O estudo se constitui de 4 experimentos: no primeiro (1), estacas classificadas de acordo com a posição no ramo em apicais, medianas e basais, com 30 cm
de comprimento foram coletadas mensalmente por um período de 12 meses, e colocadas em recipientes com água, com a metade da estaca submersa. Aos 60 dias foram avaliadas
a porcentagem de enraizamento, número e comprimento de raízes e das brotações. No experimento 2, estacas das três posições no ramo coletadas no mês de setembro de 2005
foram embebidas em solução de Orgasol®FTS nas dosagens de 0, 5, 10 e 15 ml.L-1 durante 1 minuto e enterradas na profundidade de 15 cm, em recipientes com areia de granulação média como substrato. Avaliou-se aos 75 dias, a porcentagem de enraizamento; massa seca de raízes e brotações; comprimento e diâmetro da raíz mais longa. No experimento 3, estacas basais e medianas coletadas no mês de abril de 2006 foram embebidas em solução de 15 ml.L-1 de Orgasol® FTS, durante 0, 15, 30 e 45 minutos e colocadas em sacos plásticos a uma profundidade de 15 cm, em areia de granulação média e, avaliadas após 150 dias, considerando a porcentagem de enraizamento; massa seca de raízes e brotações; número de raízes maiores e menores que 3 cm de comprimento; comprimento e diâmetro da raiz mais longa. No experimento 4 foram realizados dois testes: (A) estacas obtidas de brotações do ano, foram seccionadas em 15 cm de comprimento e classificadas de acordo com a posição em basais e apicais. Posteriormente foram imersas em solução de AIB (0, 1, 2, 4 e 8 mg.L-1) durante 1 minuto e colocadas em tubetes com substrato Plantmax® onde permaneceram por 60 dias em casa de vegetação. Avaliou-se a porcentagem de
enraizamento, massa seca de raízes e brotações, número de raízes e brotações, comprimento de raízes e brotações; em (B) estacas basais foram desinfestadas e imersas durante 24 horas em solução de AIB (0, 0,1, 1, 2, 4 e 8 mg. L-1) e cultivadas em frascos com solução de ¼ de WPM por um período de 30 dias em sala climatizada. Avaliou-se os
mesmos parâmetros do testes anteriores e ainda foram feitos cortes transversais e longitudinais das estacas enraizadas no experimento 4, onde se usou a técnica do paraplasto-resina . Os resultados do experimento 1, demonstram que as estacas basais (88%), medianas (56%) e apicais (25%) coletadas no mês de maio apresentaram o melhor
enraizamento. As estacas basais apresentaram maior número e comprimento de raízes e brotações durante os 12 meses de avaliação. No experimento 2, a dosagem de 5 ml.L-1 não
estimulou o enraizamento, enquanto que as dosagens de 10 e 15 ml.L-1 causaram um aumento na porcentagem de enraizamento de 18% até atingir na dosagem de 15 ml.L-1,
28%. Em todas as dosagens testadas, as estacas basais (26,25%) apresentaram maior enraizamento que as medianas (20,83) e apicais (18,33%). No experimento 3, o aumento do
tempo de embebição das estacas em solução de Orgasol®FTS a 15 ml.L-1, estimulou um incremento na porcentagem de enraizamento em estacas basais de 25% para 36% e das
nas estacas medianas de 29% para 46%. Proporcionou um aumento da massa seca das de raízes e brotações e, no número de raízes maiores que 3 cm. No experimento 4 (A) as
estacas basais apresentaram maior porcentagem de enraizamento na concentração de 4 mg.L-1 de AIB (20,83%) e as estacas apicais na concentração de 2 mg.L-1 de AIB (12,35%). No experimento 4 (B) a maior porcentagem de enraizamento das estacas foi na concentração de 8 mg.L-1 de AIB (18,75%). Os cortes anatômicos indicam que as raízes
adventícias das estacas caulinares surgem próximas aos vasos xilemáticos, provavelmente do periciclo.