Influência do espaçamento sobre o crescimento e a qualidade da madeira de Pinus taeda L.
Abstract
Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do espaçamento no crescimento, na produção e na qualidade da madeira de Pinus taeda L. Foram analisados nove diferentes
espaçamentos (1,5 x 1,0; 1,5 x 2,0; 1,5 x 3,0; 2,0 x 1,0; 2,0 x 2,0; 2,0 x 3,0; 2,5 x 1,0; 2,5 x 2,0 e 2,5 x 3,0 metros), tendo sido amostradas seis árvores por tratamento totalizando 54. O experimento foi instalado em Otacílio Costa, Santa Catarina. As árvores foram selecionadas,
em cada tratamento, com base no diâmetro dominante de Assmann, sendo denominadas de árvores dominantes e do extrato médio, respectivamente. Após o abate, estas foram
medidas e cubadas pelo método de Smalian. Em seguida, foram retirados discos nas posições 0,10, 1,30, 3,30 m e de metro em metro até a altura total para análise de tronco e
massa específica. Do DAP (diâmetro à altura do peito) foi destinado à determinação da variação da massa específica no sentido radial, das características anatômicas da madeira
nos diferentes anéis de crescimento, as relações de interesse entre as dimensões dos traqueóides para indicação do potencial de celulose e papel. No fuste foi selecionada uma
tora localizada entre as posições do DAP e 3,30 m para determinação das propriedades de flexão estática. A altura dominante não foi influenciada pelos espaçamentos indicando
homogeneidade do sítio; já as árvores do extrato médio foram influenciadas, sendo possível a formação de grupos para descrever o crescimento em altura, um com espaçamentos
muito reduzidos e outro com os espaçamentos médios a amplos, comportamento este que pode estar associado à competição entre plantas ter se estabelecido antes da taxa de
mortalidade natural nos menores espaçamentos, o que pode ter levado a uma estagnação prematura do crescimento. No crescimento em diâmetro os espaçamentos influenciaram
mais nas árvores do extrato médio do que nas dominantes, sendo que nestas o padrão de crescimento se comportou de acordo com o espaço disponível por planta, no caso das do
extrato médio não se observou uma tendência clara. O volume individual das árvores também foi influenciado pelo espaçamento. A idade de transição do lenho juvenil para adulto foi melhor determinada pelo comprimento de traqueóides. Os resultados das 18 árvores analisadas anatomicamente indicaram que não houve diferença significativa entre os espaçamentos, sendo a idade de transição estimada entre 11 e 13 anos. A massa específica básica ponderada não foi influenciada pelos espaçamentos. Já a variação axial da massa específica básica foi decrescente com altura da árvore tanto para as dominantes como para as do extrato médio, além de ser influenciada pelo espaçamento na entre linha. A massa específica básica no sentido radial para as árvores dominantes foi crescente com a idade, com influencia da distância na entre linha. O módulo de elasticidade e ruptura para as árvores dominantes aumenta no sentido medula casca e com o aumento da massa específica básica, sendo que o comportamento tanto para MOE como do MOR não foi influenciado pelos espaçamentos.