Efeito do extrato de Syzygium cumini e alterações provocadas pela síndrome metabólica sobre parâmetros bioquímicos e inflamatórios
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Data
2013-12-04Terceiro membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
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A Síndrome Metabólica (SMet) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, entre eles a disfunção endotelial, o estresse oxidativo e a inflamação. O Syzygium cumini, conhecido popularmente como jambolão, é uma planta que apresenta propriedades hipoglicêmicas, antiinflamatórias, antipiréticas, hipolipidêmicas e antioxidantes, além de ação antiviral e anticarcinogência. Considerando a importância da SMet no contexto social e econômico atual, a morbidade e as complicações consequentes desta situação clínica, o objetivo deste estudo foi avaliar parâmetros bioquímicos e inflamatórios em pacientes com SMet. Além disso, verificar o efeito do extrato aquoso de Syzygium cumini (ASc), bem como o seu mecanismo de ação sobre a atividade da enzima Adenosina desaminase (ADA) e outros parâmetros bioquímicos sob condições hiperglicêmicas e oxidativas, in vitro. Para o desenvolvimento da primeira etapa deste trabalho, foram utilizadas amostras de soro e sangue total de pacientes com diagnóstico de SMet (40 pessoas) antes de iniciarem um programa de atividades físicas, nos quais foram analisados parâmetros bioquímicos, inflamatórios e oxidativos. Os resultados demonstraram um aumento na atividade das enzimas ADA, acetilcolinesterase (AChE) e dipeptidil peptidase IV (DPP-IV) em linfócitos de pacientes com SMet. Ainda, nesses pacientes, observou-se um aumento na atividade das enzimas Butirilcolinesterase (BuChE) e gama-glutamiltransferase (GGT), e nos níveis de proteína C reativa (PCR) e óxido nítrico (NOx), bem como alterações nas defesas antioxidantes e algumas correlações entre os parâmetros analisados foram obtidos. Assim, esses resultados demonstraram que a SMet afeta a atividade da ADA e o sistema colinérgico refletindo o estado imune e inflamatório desses pacientes, além de alterar as defesas antioxidantes dos mesmos. Para as análises in vitro, primeiramente, foram utilizados eritrócitos (RBCs) de indivíduos saudáveis. O ASc foi capaz de prevenir o aumento na atividade da ADA causado pela exposição dos RBCs a condições hiperglicêmicas por 2 horas. Ainda, o ASc atuou sobre a atividade da ADA de maneira semelhante a cafeína e a insulina; por outro lado, o dipiridamol atenuou o efeito do ASc por antagonizar o efeito do mesmo ou por competição com o extrato. Assim,pode-se sugerir que o ASc influencia no metabolismo da adenosina, além de seu efeito estar relacionado a presença de compostos fenólicos e às propriedades antioxidantes atribuídas a essa planta. Na etapa seguinte da realização deste trabalho, observou-se um aumento na atividade da ADA e na lipoperoxidação, e redução da viabilidade celular após a exposição de linfócitos de indivíduos saudáveis ao 2,2 -azobis (aminodipropano) dihidrocloreto (AAPH) por 2 horas, in vitro. O ASc e ácido gálico foram capazes de reduzir a atividade da ADA, mas não alteraram a lipoperoxidação causada pelo AAPH. O ASc aumentou a viabilidade celular e reduziu a atividade da enzima Lactato desidrogenase (LDH). O ASc ao reduzir a atividade da ADA, pode estar aumentando os níveis de adenosina e colaborando para a manutenção dos efeitos benéficos provocados pela mesma, como ações antioxidantes, antiinflamatórias e antitrombóticas. Além disso, os resultados demonstraram o efeito citoprotetor evidenciado pelo extrato. Podemos concluir que as alterações encontradas nos pacientes com SMet estão relacionadas aos processos inflamatórios e oxidativos e podem favorecer medidas de prevenção e controle desta situação clínica. Também, os efeitos protetores demonstrados pelo ASc contribuem para o entendimento da ampla utilização desta planta e de seu valor terapêutico no tratamento de diversas patologias clínicas.