Um gesto de interpretação na história do conhecimento linguístico brasileiro: a definição do nome gramática
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2012-12-10Metadatos
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A constituição de um gesto de interpretação sobre os efeitos de sentidos da definição do nome gramática, em uma relação com as formas de saber sobre a língua(gem), na história do conhecimento linguístico brasileiro, é o objetivo deste trabalho de tese. Essa problemática de pesquisa é desenvolvida a partir de um estudo sobre a definição desse nome na primeira edição de Moderna Gramática Portuguêsa, de Evanildo Bechara, e está ancorada em uma questão teórica do gesto de interpretação da posição sujeito analista que faz História das Ideias Linguísticas no Brasil. O compêndio gramatical de Bechara foi publicado em 1961, coincidindo com um momento histórico em que se dá a institucionalização da disciplina nomeada Linguística nos cursos de Letras do país, a qual é determinante de um efeito de ruptura da definição do nome gramática nessa obra, quando colocada em relação a outras do processo de gramatização brasileiro. Dentro do período de publicação de gramáticas da língua portuguesa para o Brasil do século XVI até meados do século XX o nome gramática é determinado por uma relação entre as designações de arte da gramática (portuguesa ou greco-latina) e de ciência, uma designação constituída por formas de saber sobre a língua(gem) em condições de produção específicas, tais como: Gramática Geral, Gramática Comparada, Gramática Histórica e Linguística Moderna. Pelas condições de produção da publicação da referida gramática de Bechara, por um gesto de interpretação sobre a definição do nome gramática, compreendemos que há um efeito de ruptura com a tradição da arte da gramática portuguesa, pois há uma reformulação da definição desse nome na história do conhecimento linguístico brasileiro no século XX. Isso vai atualizar sentidos da definição de arte da gramática latina de Donato (IV d.C.) e de arte da gramática portuguesa de Eduardo Carlos Pereira por uma relação com a forma de saber da ciência de nome Linguística, também designada como Linguística Moderna e determinada por uma perspectiva teórica dos linguistas Ferdinand de Saussure, Edward Sapir e Joaquim Mattoso Câmara Junior na gramática de Bechara.