Abordagem contrastiva na terapia para desvios fonológicos: considerações teóricas
Resumo
Desvios fonológicos são alterações existentes na fala de algumas crianças e caracterizam-se por substituições e/ou omissões de fonemas. É de extrema importância que o fonoaudiólogo, após avaliação detalhada, tenha conhecimento a respeito do tratamento a ser realizado, ou seja, qual modelo terapêutico deve ser usado e quais generalizações devem ser esperadas. Assim, este estudo teve o objetivo de realizar uma revisão de literatura sobre os modelos terapêuticos utilizados na terapia fonoaudiológica, dando-se ênfase aos Modelos de Pares Mínimos/Oposições Máximas e o de Oposições Múltiplas. Foram realizadas buscas a partir de pesquisa de publicações nas bases de dados Medline, Scielo, Bireme e Pubmed, sendo também utilizados alguns livros texto e artigos de periódicos. Os modelos de Pares Mínimos/Oposições Máximas envolvem a seleção de pares de palavras que se diferenciam por um único fonema, podendo contrastar poucos traços distintivos (pares mínimos) ou muitos traços (oposições máximas). Esses modelos são indicados para crianças com desvio médio a médio-moderado. No modelo de Oposições Múltiplas, são selecionadas palavras que também diferem em apenas um fonema, porém estes contrastam diversos traços devido à seleção de vários fonemas. Esse modelo é recomendado para desvio severo, pois, em geral, as crianças substituem muitos fonemas do sistema adulto por um único som. Com isso, pode-se concluir que, para a escolha do modelo adequado, deve se levar em consideração a presença e ausência dos fonemas, o tipo e o grau de severidade do desvio fonológico. Além disso, a seleção do modelo terapêutico adequado pode auxiliar nas generalizações a serem obtidas.
Coleções
- Fonoaudiologia [46]