A gente acha que nunca vai precisar. A vivência de familiares e usuários do serviço de hematologia-oncologia acerca do processo de captação de doadores de sangue no Hospital Universitário de Santa Maria
Abstract
Este estudo é um recorde do projeto de pesquisa e intervenção: "Problematizando a doação de sangue a partir da necessidade dos usuários do Serviço de Hemato Oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria", do Programa da Residência Multiprofissional Integrada em Gestão e Atenção Hospitalar. Objetivou-se com esse artigo conhecer a vivência dos familiares e usuários hemato-oncológicos que necessitaram de transfusão de sangue, componentes e hemoderivados referente ao processo de captação de doadores de sangue. Com abordagem metodológica qualitativa de caráter exploratório, foi selecionada uma amostra intencional de 20% dos 146 usuários do Serviço de Hemato-Oncologia que mais demandaram transfusão sanguínea, no período de 31 de maio de 2012 a 01 de junho de 2013. Esses dados foram coletados no Serviço de Hemoterapia do Hospital Universtário. Por meio de entrevista semiestruturada com 16 usuários ou familiares identificou-se que é delegado às famílias e usuários a responsabilidade pela reposição das bolsas de sangue utilizadas. Essa responsabilização intensifica as preocupações e estresses vivenciados no decorrer do tratamento. Também se identificou as fragilidades dos municípios em garantir apoio aos familiares e usuários no processo de captação de doadores, bem como barreiras relacionadas aos mitos e preconceitos da doação de sangue e a dificuldade de deslocamento e distância do hemocentro. Com vistas a qualificar a assistência prestada aos familiares e usuários necessitamos aprimorar a comunicação entre as instituições públicas - hemocentro, hospital e municípios sobre a doação de sangue, bem como incentivar ações e estratégias educativas sobre a importância do ato de doar.