Documentários de fronteira Brasil/Uruguai: marcas de identidades (in)comuns
Fecha
2014-12-08Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O presente estudo analisa a construção de sentidos de identidade nos documentários que tratam das regiões de fronteira, especialmente a fronteira do extremo sul do Brasil com o Uruguai. Nossa investigação utiliza dois documentários lançados em 2014, financiados pelo edital Documenta Rio Grande do FAC-RS, Fundo de Apoio à Cultura do Rio Grande do Sul. Doble Chapa, de Leo Caobelli e Diego Vidart, apresenta a trajetória de dois personagens oniscientes, um brasileiro e outro uruguaio, pelo limite entre o Brasil e o Uruguai representado pelos marcos geodésicos de divisa. Já A Linha Imaginária, de Cíntia Langie e Rafael Andreazza, expõe, a partir de depoimentos de pesquisadores e artistas, uma identidade comum e partilhada pelo homem do pampa. Nosso caminho teórico trabalha com o documentário como forma de engajamento no mundo e das fronteiras como espaços de constituição de identidades imbricadas com um outro . Desta forma, buscamos entender se esses documentários estabelecem sentidos de identidade diferentes de uma representação hegemônica do mito do gaúcho na região da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e se as políticas públicas de fomento à produção de documentários no Estado possibilitam outras formas de representação dessas identidades, em contraposição à identidade do gaúcho amplamente difundido pelo MTG e pelo Grupo RBS de Comunicação. Utilizaremos, como ferramentas metodológicas, a análise fílmica e a pesquisa bibliográfica e documental. Nossa análise aponta para uma representação essencialista da fronteira e do espaço como gerador de sentidos em Doble Chapa e para um viés híbrido, multifacetado e marcado pela presença dinâmica dos sujeitos no filme A Linha Imaginária.