Movimentos sociais em rede e a construção de identidades: a marcha das vadias - SM e a experiência do feminismo em redes comunicação
Fecha
2015-01-12Metadatos
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Este estudo tem por objetivo investigar o processo de construção das identidades coletivas no movimento social Marcha das Vadias SM, ação coletiva empiricamente localizada na cidade de Santa Maria, centro do estado do Rio Grande do Sul, na região Sul do Brasil, a partir das dinâmicas de comunicação em rede construídas entre os ambientes online e offline. Partimos, assim, do enfoque conceitual que configura os movimentos sociais contemporâneos junto aos processos de comunicação e informação. Levando essa premissa em consideração, recorremos ao contexto de ubiquidade das redes digitais e da comunicação pela internet para refletir sua apropriação na efetivação e articulação no contorno organizacional das ações coletivas desenvolvidas na atualidade. Com ênfase nos processos comunicacionais, o trabalho é realizado a partir da experiência etnográfica em uma pesquisa no campo da comunicação, em especial, a partir da combinação de um campo de observações entre os ambientes online e offline. Assim, a partir de uma pesquisa bibliográfica prévia, definimos os movimentos socais de base cultural, como a Marcha das Vadias, como construções analíticas desenvolvidas em torno de ações relacionadas a identidades coletivas, oposições, conflitos e projetos de luta. Além disso, nos contornos da teoria das relações de gênero, construímos um breve arcabouço conceitual sobre o universo do feminismo contemporâneo e seus atravessamentos contextuais sobre o terreno da comunicação. Também, junto ao conceito de sociedade em rede, refletimos as particularidades de um contexto social organizado através das transformações comunicacionais e tecnológicas, e o relacionamos com a configuração atual dos movimentos sociais em rede. A partir disso, a pesquisa centra-se na interpretação do campo de investigação chegando às definições que constituem a Marcha das Vadias SM enquanto um movimento social ancorado pelas lógicas de comunicação em rede através dos usos sociais de uma Página e de um Grupo de discussão da rede social online Facebook. Ao final, o estudo permitiu identificar que a comunicação em rede integra as dinâmicas da própria construção identitária da Marcha das Vadias, sob o espectro diferenças, das políticas de gênero, e dos sentidos sobre o feminismo que o movimento busca enunciar. Sentidos estes, deliberados a partir do contato com posicionamentos, opiniões, debates e conflitos entre os sujeitos nas redes e nas ruas.