Análise discursiva das representações semióticas mobilizadas por licenciandos em matemática no ensino e na aprendizagem de funções
Abstract
Este trabalho objetiva investigar a expansão discursiva dos registros de representação semiótica mobilizados por licenciandos em Matemática a partir de atividades envolvendo criptografia ao caracterizar funções afim, quadrática e exponencial. Para isso, realizou-se uma pesquisa qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) e adotaram-se os princípios da análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Desse modo, foram aplicados como instrumentos de produção de dados um questionário semi-estruturado, a fim de estabelecer o perfil dos licenciandos e uma sequência de atividades contextualizada pela criptografia, mais precisamente pela cifra de substituição que permite fazer conexões com as diferentes funções e suas inversas. Essa sequência foi constituída de 41 itens, sendo, 13 questões sobre a inversa da função afim, 6 sobre a inversa das funções quadrática e exponencial, 9 sobre a caracterização da função afim, 7 sobre a caracterização da função exponencial e 6 referentes a caracterização da função quadrática. Dentre essas 41 questões, 22 foram tomadas para detalhamento dos indícios de expansão discursiva. Por meio das análises conclui-se que as operações discursivas foram identificadas, predominantemente, nas operações de explicação e raciocinamento, que apenas 4 vezes foram mobilizadas como narração/descrição além de 4 respostas deixadas em branco. Isso representa que os licenciandos embasaram-se em conhecimento sobre o objeto matemático para justificar suas respostas, o que demonstra um aspecto positivo quando se pensa em formação de professores de Matemática. Além disso, contatou-se que ao solicitar atividades que tomassem como ponto de partida a análise da representação algébrica obteve-se maior articulação de representações na língua natural, algébrica, simbólica e/ou numérica. Porém, quando se fez necessário partir da representação gráfica as respostas ficaram mais limitadas à representação na língua natural.