Organização e desenvolvimento do estágio curricular na formação de professores de biologia
Fecha
2006-11-25Metadatos
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Compreender a complexidade em que a organização e o desenvolvimento do Estágio Curricular se encontra parece ser um investimento inadiável. Diante disso, a presente pesquisa tem por objetivo sinalizar às Instituições de Ensino Superior (IES) e às Escolas de Educação Básica (EEB) contribuições para que possam se efetivar práticas compartilhadas entre as instituições de ensino no que se refere ao planejamento, acompanhamento e avaliação dos Estágios Curriculares. Nossa
pesquisa procurou encontrar respostas para o seguinte problema: Que aspectos são relevantes para caracterizar a organização e o desenvolvimento dos Estágios Curriculares dos Cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI - Campus de Erechim e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Trata-se de uma pesquisa qualitativa
que envolveu, além das duas Universidades citadas anteriormente, 35 EEB (13 no Município de Erechim e 22 em Santa Maria). Utilizamos como fontes de pesquisa as
informações contidas em documentos que regem o desenvolvimento do Estágio nas Universidades e EEB, além das falas dos 89 sujeitos que construíram nossa amostra real de pesquisa, a saber: 24 professores de Biologia (12 das EEB do Município de Erechim e 12 EEB Município de Santa Maria); 17 membros das equipes diretivas das EEB do Município de Erechim; 4 professoras orientadoras de estágio (2 da URI e 2
da UFSM) e 44 alunos estagiários (24 da URI e 20 da UFSM). Os instrumentos de coleta de informações utilizados foram: questionários, roteiro de entrevista e roteiro de análise de documentos. Mesmo a pesquisa sendo desenvolvida em Escolas e Universidades localizadas em Municípios diferentes, as respostas dadas pelos sujeitos questionados são semelhantes. Elas sinalizam que os problemas e as dificuldades enfrentadas no processo de organização e desenvolvimento dos Estágios Curriculares não são específicas de uma única instituição de ensino, mas são recorrentes em diversas delas. Dentre os resultados da pesquisa destacamos
que: a preparação dos alunos para a realização do Estágio ocorre por meio de disciplinas; os Estágios atendem a legislação vigente; os Cursos investigados possuem algumas diretrizes que orientam o processo de desenvolvimento do
Estágio; o acompanhamento do aluno estagiário é realizado pelos professores orientadores de Estágio, com horários individuais e coletivos de atendimento que garantem uma continuidade na freqüência dos atendimentos. As EEB não possuem diretrizes que orientam o desenvolvimento dos Estágios; o acompanhamento dos Estágios por parte dos membros das equipes diretivas é quase inexistente e são
poucos os professores de Biologia que acompanham o estagiário, a maioria apenas verifica os planos de aula elaborados pelos mesmos; a responsabilidade da EEB
praticamente se limita a disponibilizar vagas para a realização dos Estágios; a maioria dos docentes das EEB acreditam que os alunos estagiários deveriam chegar à escola com maior conhecimento da realidade escolar, maior domínio de
conteúdos, maior domínio de classe, ou seja, com experiência. Podemos dizer ainda que são poucas as formas institucionalizadas de interação entre Universidade e
Escola. Frente ao apresentado ao longo do estudo realizado, percebemos que nenhuma mudança ocorre por decretos , por regulamentações legais ou institucionais. Para haver mudança precisa haver compromisso e comprometimento dos educadores, em quaisquer posições que ocupem, sejam eles, professores orientadores de estágio, professores de Biologia ou membros de equipes diretivas.