Encontros e esperas de uma professora em percurso
Resumo
Esta investigação acontece junto aos percursos de uma pesquisadora que, em encontros com o mundo, experimenta intensidades que movimentam seus lugares enquanto professora. Para tanto, são vivenciadas ações que não desembocam, necessariamente, em aprendizagens, mas que possibilitam fissuras nos papéis atravessados, bem como agenciamentos coletivos que fazem passar rastros de intensidades. Partindo de movimentos dados em um tempo e lugar específicos a intervenção artística Movimentos de Espera, realizada junto ao evento arte#ocupaSM desenvolve-se uma pesquisa que tenta escapar desses limites, atravessando outros tempos e lugares, inclusive os da aprendizagem, fazendo da espera um espaço de acontecimentos. Autores como Deleuze, Guattari, Rolnik e Nietzsche trazem indicativos para fazer dessa pesquisa caminhos de não saber, de direções inesperadas e múltiplas, vividas em constantes movimentos de náusea pela impossibilidade de fixidez em um único lugar professora . Não havendo um lugar único ao qual se fixar, investe-se em aprendizagens imprevisíveis junto aos cães, às rachaduras e à chuva. A partir deles ressoam desejos de conhecer o mundo através de intensidades atemporais, ao passo que não se escolhe os dados e aprendizagens a serem pesquisados, mas se é escolhido e se produz algo nos encontros com eles. Assim, a pesquisa permite problematizações acerca da produção de rachaduras na atuação docente, contando com as imprevisibilidades e incômodos dos respingos da chuva e com o comprometimento despreocupado dos cães no encontro com os acontecimentos cotidianos de um lugar habitado.