O corpo biográfico: experiências formadoras dentro de um grupo de pesquisa
Abstract
Esta pesquisa foi desenvolvida e apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, na Linha de Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional, tendo como objetivo principal compreender e analisar as significações de integrantes do GEPEIS a partir do corpo biográfico, entendido como história passada, presente e futura, através das sensações, das imagens, das visões animadas espécies de sonhos acordados das reminiscências, mas também das ideias e das escolhas [...] onde me utilizo de Josso (2012, p.27) e da confluência entre corpo/mente, procurando pensar possibilidades de um processo formativo na educação pelo viés do corpo como expressão de significações imaginárias, lugar de memórias e sensibilidades. Destaco, também, alguns objetivos específicos desta pesquisa como construir e analisar, através de diferentes vivências corporais manifestas no GEPEIS, as relações de grupo, bem como os significados construídos a partir do corpo biográfico; conhecer através das vivências corporais o que cada corpo biográfico traz em si; conhecer e analisar as representações corporais que cada integrante possui enquanto indivíduo e membro do grupo. A partir das ideias explicitadas acima, apresento o seguinte problema de pesquisa: Qual sentido e significado do corpo biográfico na formação de integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Imaginário Social (GEPEIS) da Universidade Federal de Santa Maria? Tomo o GEPEIS como referência do meu trabalho, pois sou integrante desde 2009 e que há vinte anos vem trabalhando com temáticas do Imaginário Social, das Narrativas e Histórias de Vida e com o Dispositivo Grupal. Deste modo, pressuposta a imbricação que há entre corpo biográfico, imaginário, formação docente e grupo, busquei investigar o entrelaçamento entre esses campos de conhecimento, ativando o imaginário dos integrantes do grupo de docentes para tornar seus corpos sensíveis, aguçando seus sentidos para um corpo receptivo e ativo. Utilizei-me, para tal pesquisa, de uma metodologia qualitativa com uma empiria construída a partir de alguns critérios como: ser integrante do GEPEIS, ter graduação em Pedagogia, ter interesse e disponibilidade para a pesquisa. Para isso, fiz uso de vivências corporais compreendidas a partir de Josso (2010, p. 190) como oportunidades ou potencialidades de tomadas de consciência e de aprendizagens e natureza aberta, evolutiva, maleável, autopoiéticas de nosso ser no mundo e das rodas de conversa, experimentadas após as vivências. O material produzido foi analisado e organizado mostrando que, a partir da mobilização e de experiências formativas por meio do sensível, traz, por meio dos corpos biográficos, um alargamento da consciência corporal, bem como a possibilidade de experimentar outros repertórios na formação de professores.