Um olhar crítico-reflexivo sobre a formação continuada de professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Santa Maria (RS)
Abstract
Este estudo teve como objetivo analisar os modelos de formação e as estratégias e/ou atividades institucionais e individuais a que estão submetidos os professores de
Educação Física dos Anos Finais do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino de Santa Maria (RS). A pesquisa qualitativa de enfoque fenomenológico possibilitou identificar
as percepções dos professores sobre estes programas formação continuada. Participaram 10 professores: 2 coordenadores da SMEd, 3 coordenadores pedagógicos e 5 professores de Educação Física. Estes foram subdivididos em 3 escolas, sendo uma na zona urbana, outra periferia e a terceira rural. De cada escola, participou o coordenador pedagógico e dois professores, sendo que 3 nas etapa do ciclo de vida profissional colocado por Huberman (1992) como iniciação e diversificação, e outros 2 na etapa denominada serenidade ou distanciamento. De acordo com as análises, os modelos institucionais das escolas e da SMEd observados pelos projetos político-pedagógicos e programa da rede de ensino, situam-se na forma interativa reflexiva caracterizada por Demailly (1995), mas na prática, aproximam-se das formas contratual e escolar. Também as falas das coordenadoras
pedagógicas das escolas e assessoras da SMEd demonstram resultados semelhantes. Comparando as estratégias e concepções de formação relatadas pelos professores das
Escolas e da SMEd com os modelos descritos por Pérez Gómez (2000), é possível ver que no discurso, as atividades se encaminham para a perspectiva da reflexão na prática para a
reconstrução social. No entanto, na efetivação das estratégias de formação, o estilo de formação é caracterizado fortemente por cursos e seminários, que atualiza de certa forma o professor, porém não possibilita o espaço para a reflexão. Sobre as estratégias de formação dos professores de Educação Física, elas são predominantemente individuais e com o enfoque técnico e prático colocado por Pérez Gómez (2000). A importância sobre o debate a respeito dos programas ou modelos de formação continuada, é relevante, porque implica em dar reconhecimento às agruras da prática pedagógica. A escola, o Estado, e o próprio professor não podem assistir a esta crescente generalização de crise no exercício da docência. A formação continuada não é a única responsável pela melhoria da qualidade de ensino, porém partindo das necessidades da sociedade contemporânea, a intensificação e a continuidade dos estudos sobre sua atividade é o que torna o professor, conhecedor da sua
profissão