Formas de uso e conservação do butiazeiro (Butia odorata Barb. Rodr.) Noblick & Lorenzi em unidades de produção de Santa Vitória do Palmar (RS)
Resumo
Diante da problemática do esgotamento dos recursos naturais não renováveis e dos impactos ambientais da atualidade, especialmente a redução da biodiversidade, têm aumentado os debates sobre a necessidade da sustentabilidade ambiental, tornando-se imprescindível que se trabalhe em todas as esferas, promovendo o diálogo e alternativas aos modelos tradicionais de produção. Neste contexto, a compreensão do conhecimento dos agricultores sobre as formas de aproveitamento das frutíferas nativas apresenta-se como uma alternativa viável e suscita a análise dos diversos usos do butiazeiro, a fim de constatar como estes podem influenciar na conservação dessa árvore nativa do Rio Grande do Sul. O objetivo desta pesquisa foi compreender como as formas de uso do butiazeiro (Butia odorata), no contexto social das unidades de produção de Santa Vitória do Palmar (RS), podem influenciar o seu manejo e conservação desta espécie, bem como auxiliar na sustentabilidade do ecossistema dos palmares. Para a realização deste estudo, optou-se por utilizar, como método de abordagem, a revisão bibliográfica sobre o tema, a coleta de dados locais com aplicação de questionários e a realização de entrevistas semiestruturadas com agricultores, técnicos e artesãos, bem como registros fotográficos referentes às formas de uso e conservação do butiazeiro. Com base na análise dos relatos dos agricultores de Santa Vitória do Palmar é possível afirmar que as formas de uso do butiazeiro influenciam na conservação do butiazeiro, pois as famílias de agricultores estão conscientes de sua importância, seja ela para sua própria alimentação, para a conservação da própria planta. Além disso, as formas de uso da planta do butiazeiro estão ligadas às dimensões econômica, sociocultural e ecológica, com forte destaque para a dimensão sociocultural. E por fim, o que mais marca nas falas dos agricultores é o vinculo afetivo das pessoas com o butiazeiro, mostrando um forte vínculo de pertencimento e de proteção desta espécie nativa.