Brasil, Argentina e a questão cubana (1959-1964): quando a independência faz a união
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2009-04-24Metadatos
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O momento histórico em que Brasil e Argentina vivenciaram, ao mesmo tempo, a experiência das políticas externas independentes dos governos do presidente argentino Arturo
Frondizi (1958-1962) e dos presidentes brasileiros, Jânio Quadros e João Goulart (1961-1964) constitui-se de um momento único nas relações internacionais entre estes dois países. Naquela conjuntura, tiveram como pontos em comum os princípios de autodeterminação dos povos e de não-intervenção, o desenvolvimentismo, a universalização
das relações comerciais, a crítica a deterioração dos termos de troca, o desejo de industrialização e a busca da integração latino-americana. Assim, as políticas externas independentes constituíram o principal pilar da aproximação entre os dois países. Esta unidade e as sua políticas externas independentes de Brasil e Argentina tiveram como teste fundamental a Questão Cubana. Em contraposição a ela, o governo dos Estados Unidos, tanto sobre a presidência de Dwight Eisenhower como, posteriormente, com a
presidência de John Kennedy, procuraram inseri-la dentro dos marcos do sistema interamericano, definindo-a como em oposição a este. A partir desta definição, passaram a
impor sanções ou até mesmo intervir militarmente na ilha caribenha. Mesmo diante de pressões internas e externas, tanto o governo argentino de Arturo
Frondizi, como os presidentes Jânio Quadros e João Goulart mantiveram as suas posições
independentes, reafirmando em todos os momentos os princípios de não-intervenção e
autodeterminação dos povos, bem como, a defesa do direito internacional, com destaque
especial para o mais tenso destes momentos, a VIII Reunião de Consulta dos Ministros de
Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos, realizada em Punta del Este, no
Uruguai, entre os dias 23 e 30 janeiro de 1962, o último ato conjunto das políticas externas
independentes de Brasil e Argentina.