A crise do sistema carcerário gaúcho: o hiperencarceramento como política criminal adotado sob a ótica do medo do crime
Resumen
O debate sobre a criminalidade e a segurança pública frequentemente estão presentes entre os gaúchos. Desse modo a segurança pública torna-se prioridade no governo Sartori, visto que o destino de verbas para a melhoria dos presídios tem como objetivo encarcerar mais os criminosos como resposta à criminalidade. Nesse sentido, o medo do crime pode servir como um catalisador, no qual estimula demandas da sociedade que exigem resposta do estado sobre políticas criminais visando a segurança de todos, bem como oportunidade para ser palanque eleitoral de políticos. Dessa forma, o presente trabalho realiza uma análise entre a percepção do medo do crime através das notícias, reportagens e colunas sobres crimes em jornais e a criminalidade registrada, averiguando se há relação com o hiperencarceramento no Rio Grande do Sul. Para esse fim analisou-se as notícias relacionadas à criminalidade no jornal Correio do Povo, entre os anos de 2015 e 2016 comparando com as estatísticas de crimes registrados pelo governo gaúcho no mesmo período. Nessa perspectiva, constatou-se que houve um aumento de 0,02% das taxas de crimes registrados no período estudado, no entanto, o número de notícias veiculadas aumentou em 11,1%, bem como número de notícias em capas que aumentaram em 39%. Conclui-se que o aumento da percepção da criminalidade pelos jornais, contribuiu para que o governo Sartori aplicasse políticas criminais mais rígidas como o encarceramento, visto que mesmo sem ter aumentado as taxas de crimes no período estudado, as políticas criminais foram ficando mais rígidas conforme se aumentava a percepção da criminalidade pelas notícias em jornais.
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