Cartografia do documentário no Sul do Brasil: identidades e transversalidades no processo de produção e circulação
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2017-03-10Metadatos
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A pesquisa realiza uma cartografia identitária do processo de produção e circulação de documentários no Sul do Brasil. O recorte se dá a partir de documentários inscritos em mostras e festivais de vídeo e cinema nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre 2010 e 2013, para mapear realizadores e cartografar os lugares e as transversalidades da produção e da circulação da cadeia produtiva do documentário. Objetivo esse que se origina em nosso problema de pesquisa, que busca compreender quais são os fatores culturais, políticos e sociais, para além do econômico, que interferem nas transversalidades desses eixos e que identidades eles projetam neste campo. Para isso, temos como objetivos específicos entender qual é o lugar do documentário no Sul do Brasil; analisar os lugares de produção e os lugares de circulação dos documentários; depreender como a produção se constitui e que recursos são utilizados; verificar como e onde se dá a circulação das obras e se há recursos; compreender como é articulada a cadeia produtiva do documentário na Região Sul; e constituir a cartografia identitária da cadeia produtiva de documentários desta espacialidade. A perspectiva dos Estudos Culturais, a partir da teoria cultural e do conceito de autonomia relativa de Raymond Williams (1979), nos permitem pensar questões de produção e as forças presentes neste processo. As preposições de Appadurai (1991) sobre rotas e desvios na história das coisas nos levam para a circulação enquanto fluxo. Hall (1997) contribui para as questões de identidade e da regulação presentes na sociedade; Foucault (2015) permite compreender as estruturas de poder; e Santos (1994, 2015) corrobora para a elaboração do tempo e do lugar. Como procedimento metodológico, trazemos a inspiração cartográfica a partir de Deleuze e Guattari (2011) com auxílio de Kastrup (2009) e Rosário (2008), usando como ferramentas mapeamentos, questionário de múltipla escolha e entrevista semiestruturada. Nosso percurso nos permitiu elaborar o diagrama da autonomia relativa e tecer considerações sobre os aspectos identitários do processo de produção, que carrega o sotaque do Sul, no sentido de como se pauta na produção, porque e o que produz, influenciado sobretudo pelo lugar que ocupa, no sentido de experiência vivida. Também, traçamos os movimentos realizados para que haja autonomia política, cultural, social e econômica, mesmo que as intensidades dela mudem conforme a dinâmica da produção e da circulação de cada documentário situado em certo espaço-tempo.
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