Discursos contrários e/ou avanços contidos: ensino médio politécnico, o estado e suas implicações no trabalho pedagógico
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2017-07-18Metadatos
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A presente dissertação está vinculada à Linha de Pesquisa 2: Práticas Escolares e Políticas Públicas, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e ao Kairós – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Educação e Políticas Públicas. Tem como objeto de estudos principal a Reestruturação Curricular do Ensino Médio do Rio Grande do Sul (Ensino Médio Politécnico), que, em âmbito da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC-RS), alterou o currículo do Ensino Médio gaúcho entre os anos de 2011 e 2016. Mediante a análise dialética de discursos de treze sujeitos, sendo sete professores e seis estudantes de uma Escola de Santa Maria, bem como de documentos sobre as políticas públicas educacionais, neste estudo, subsidiado pelo aporte teórico-metodológico do Materialismo Histórico Dialético, objetivou-se responder à seguinte questão: com quais sentidos os sujeitos de uma escola do sistema público de educação, em seus discursos, descrevem como o Estado interfere na produção e implementação de uma política pública educacional? Assim, esta dissertação não analisou apenas como tais políticas afetam o cotidiano escolar, com seus limites e suas possibilidades, mas objetivou, também, conhecer como essas políticas são produzidas em meio a seus condicionantes sócio-históricos, que caracterizam o Brasil como país economicamente dependente. Entende-se que analisar a historicidade do Estado brasileiro e sua relação de dependência econômica em âmbito do capitalismo internacional contribuiu para conhecer como as políticas públicas educacionais afetam o trabalho pedagógico de professoras e professores na escola estudada, trabalho esse compreendido como categoria fundamental para produção de conhecimento em âmbito escolar. Além disso, a categoria trabalho pedagógico, na análise dialética proposta nesta pesquisa, auxiliou a evidenciar as contradições entre as políticas públicas educacionais, os sujeitos da escola e o modo como estes são, em um processo de crítica, ativos no cotidiano escolar. Ademais, as análises realizadas permitiram concluir que os limites de uma política como o Ensino Médio Politécnico se devem mais efetivamente à falta de tempo para sua melhor implementação e, sobretudo, à fragmentação oriunda das mudanças de governo. Acredita-se que tais características representam um processo estrutural do Estado brasileiro por sua relação com o capitalismo em âmbito global, definindo-o como país dependente, o que reflete nos objetivos, geralmente demandados pelo capital, das políticas públicas educacionais de modo a precarizar o melhor desenvolvimento destas. Especificamente no caso do Ensino Médio Politécnico, após sete anos de sua implementação, ainda há pouco conhecimento sobre as políticas públicas que o regulamentam. Entretanto, os achados desta pesquisa evidenciam que, apesar desse curto período de inserção, há criticidade ativa de professores e estudantes em relação à proposta gaúcha.
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