Caracterização molecular de Sarcocystis spp. em amostras de carne moída, embutido colonial e filé mignon
Resumen
A sarcocistose é considerada muito importante, principalmente em animais de produção. Geralmente a infecção pelo protozoário em bovinos e suínos é assintomática, porém, alguns animais podem apresentar sinais como febre, anorexia, prostração, palidez das mucosas, corrimento nasal e ocular, dispnéia, salivação, podendo causar a morte. O ciclo de vida é heteroxeno, com um estágio assexuado nos hospedeiros intermediários (presa) e um estágio sexuado nos hospedeiros definitivos (predador). Nos carnívoros e humanos (hospedeiros definitivos), o parasito desenvolve uma fase intestinal que culmina com a produção de oocistos. As espécies consideradas zoonóticas são o Sarcocystis hominis e o Sarcocystis suihominis, sendo, respectivamente, os bovinos (Bos taurus) e suínos (Sus scrofa) os hospedeiros intermediários. Recentemente foi identificado o Sarcocystis heydorni, sendo o bovino seu hospedeiro intermediário e o humano o hospedeiro definitivo. No Brasil os bovinos apresentam alta prevalência de sacorcistose. Essa alta prevalência pode ser um fator de risco que contribui para a infecção humana, uma vez que está se dá através da ingestão de carne crua ou mal cozida, contendo os sarcocistos. O diagnóstico pode ser realizado pela detecção dos cistos, através do exame histológico a fresco e a digestão artificial, sendo está última considerada a técnica mais sensível. Adicionalmente o diagnóstico molecular tem sido amplamente utilizado na detecção e caracterização das espécies-específicas. Não existe tratamento para essa doença o que torna a prevenção um passo primordial. Medidas de prevenção e controle: cozimento a 65°C ou congelamento a -4°C e cuidados nos processos de fabricação (sais de cura, defumação) dos produtos cárneos a serem empregados na alimentação humana. O presente trabalho objetivou detectar a presença de Sarcocystis spp. e realizar a caracterização molecular das espécies encontradas em 375 amostras de produtos cárneos, incluindo carne moída, embutido colonial e filé mignon e para isso utilizou-se a reação em cadeia da polimerase (PCR) com amplificação do gene 18S rDNA e caracterização molecular utilizando a RFLP com as enzimas de restrição Bcl I, Rsa I e Alu I. A ocorrência de Sarcocystis spp. foi de 17% (64/375) do total de amostras. Considerando o tipo foram positivas 5,6% (7/125) amostras de filé mignon, 12,8% (16/125) de carne moída e 32,8% (41/125) de embutido colonial. Das amostras positivas as espécies caracterizadas foram S. hirsuta e S. hominis com prevalências de 93,75% (60/64) e 6,25% (4/64), respectivamente. Considerando à relevância da sarcocistose na área da saúde pública, a ocorrência das espécies encontradas nesse estudo pode ser um fator de risco que contribui para a infecção humana.
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