Experiência e pesquisa: racismo, relações de poder, educação e arte
Fecha
2017-09-01Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A pesquisa propôs problematizar pedagogicamente o racismo e as relações de poder a partir das práticas discursivas no espaço das aulas de artes, trabalhando com estudantes de uma turma de 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Aracy Barreto Sacchis no decorrer do primeiro semestre letivo de 2017. Essa investigação se caracteriza como etnográfica educacional, e para analisar os dados recorri à análise do discurso foucaultiana. O acesso às fontes para coleta e produção dos dados ao longo do período de investigação se deu na interação pedagógica. Ao definir o tema, meu compromisso docente foi principalmente manter uma postura investigativa e orientadora de todo o desenrolar do processo. Os encontros e atividades realizadas no espaço escolar foram registrados em diário de campo, fotografia, relatos transcritos. Por parte dos estudantes colaboradores da pesquisa esses dados foram fornecidos em falas, escritos e produções visuais. Desta feita saíram os dados a serem analisados sob considerações acerca do discurso inspiradas em Foucault (1999) e nas premissas foucaultianas de análise das práticas discursivas que levantam dois pontos importantes a serem explorados: o cenário de produção dos discursos e os efeitos de vontade de verdade e poder desses discursos. O corte nos dados para fins de análise foram as manifestações dos sujeitos, que constituem a materialidade das suas práticas discursivas, as quais serão destrinchadas no empenho de apreciar a questão de pesquisa. O disparador principal desta pesquisa é o racismo tendo seu lugar na experiência, na arte, na cultura, na sociedade permeado pelas condições de possibilidade associadas ao poder. No tocante à seleção de autores, ressalto que o elenco foi determinado de acordo com as ideias de pesquisa, dando vigor, flexibilidade e a possibilidade de disparos multiplicadores de ideias outras. Foucault (1997, 1999, 2008, 2016), Fischer (2002, 2015), Veiga-Neto (2014, 2016), Skidmore (2012), Benjamin (1987), Larrosa (2015), Hernández (1998, 2007), Kilomba (2010, 2016), Moraes (2004, 2016) são presenças constantes no desenvolvimento do trabalho, e claro, devo enfatizar que fiz um corte nestes nomes, pois a investigação não abraça a totalidade de suas obras. A importância deste estudo se dá na produção de novos lugares para o pensar e pelo pensar, na produção visual que manifesta este pensar materialmente, na produção de experiências com o conhecimento e que geram conhecimento, na produção de uma relação de ensino e aprendizagem mútua e simultânea entre professor-mediador-pesquisador e estudantes-pesquisadores, na produção de disparadores múltiplos para uma educação produtora e não (apenas/ somente) reprodutora de um discurso que reforça regimes e verdades. O trabalho com as linguagens visuais contemporâneas foi uma alavanca que lançou cada um de nós na imensidão do devir, e precisávamos produzi-lo somado à complexidade dos temas racismo e poder. A potencialidade (auto)produtiva foi o principal motor e fim desta proposta em educação e arte. Não proponho com esse estudo revoluções, mas movimentos que podem ser significativos na experiência com arte no âmbito escolar na esfera discente e docente.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: