Participação política na timeline: o Facebook como arena pública para sugestões legislativas apresentadas no e-cidadania
Resumo
A pesquisa tem por tema internet e participação política a partir do contexto: as redes sociais online como arena informal para as discussões das SUGs (Sugestões Legislativas) apresentadas no e-Cidadania, portal do Senado que tem como proposta incentivar a participação cidadã. Delimita-se em estudar a participação política por meio do Facebook, a partir das SUGs apresentadas no e-Cidadania. Parte-se da seguinte questão-problema: de que maneira a participação política, por meio de uma rede social online, impulsiona as propostas de leis apresentadas no ambiente do e-Cidadania? A pesquisa se justifica por ser um tema de interesse da sociedade atual e pela necessidade de estudar as formas de apropriações que políticos e cidadãos fazem dos espaços on-line disponíveis na internet. O objetivo geral é investigar como as Sugestões Legislativas apresentadas no e-Cidadania ganham impulso quando mobilizam debates nas redes sociais e se, com isso, os cidadãos envolvidos têm provocado alguma interferência na política do Senado. Os objetivos específicos são: identificar as estratégias de mobilização que os autores das SUGs apresentadas no e-Cidadania - sob a análise da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) – utilizam para promover debates no Facebook; analisar como se dá a participação política dos sujeitos ligados à rede dos autores das SUGs; categorizar os diálogos que se estabelecem a respeito dos temas originados no e-Cidadania; comparar a dinâmica que caracteriza as plataformas do Facebook e do e-Cidadania; confirmar se os temas debatidos no Facebook interferem de alguma forma no Senado Federal Brasileiro. Os conceitos que constituem a base da pesquisa são: participação (MARQUES, 2008), com a ideia de que as ferramentas de acesso à informação, disponibilizadas pelas instituições, ampliam a participação cidadã; deliberação, em Habermas (1992) e Maia (2008), os quais pensam a legitimação a partir da vontade de todos e espaços informais de comunicação como locais propícios à formulação de demandas da sociedade; o terceiro conceito é democracia digital, de Gomes (2011), para o qual iniciativas dedicadas aos canais de expressões das minorias são um passo da democracia digital. A pesquisa é de abordagem etnográfica Hine (2004; 2015), pois, possibilita estudar as relações entre os sujeitos a partir de interações mediadas. Para as análises me utilizei tanto da observação direta no e-Cidadania quanto da observação participante nas páginas do Facebook dos autores das SUGs estudadas. Um total de cinco sugestões de iniciativas populares compõe o corpus desta pesquisa, das quais três permaneceram em discussão no Senado e deram subsídios para as análises da pesquisa. Os resultados mostraram que as SUGs são impulsionadas ao debate na ambiência online fora do e-Cidadania, sendo o Facebook a plataforma utilizada pelos autores para mobilizar os cidadãos à participação política. O debate é estimulado com as discussões sobre as Ideias Legislativas nas redes sociais, com pedidos de apoio às SUGs a fim de influenciar a opinião dos senadores a aprovarem as propostas.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: