Concordância dos escores de risco cardiovascular em indivíduos infectados pelo HIV e HCV
Fecha
2016-08-12Metadatos
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A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) causada pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV) é uma doença pandêmica grave, emergente, considerada um dos maiores
problemas de saúde mundial. A introdução da terapia antirretroviral de alta eficácia permitiu a
redução da deficiência imunológica causada pelo vírus, diminuição da morbimortalidade
associadas a SIDA e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida. O envelhecimento
dessa população tem sido acompanhado por elevado risco cardiovascular, sendo que os
mecanismos responsáveis por este aumento não são totalmente esclarecidos. Acredita-se que
o processo inflamatório crônico gerado pelo vírus HIV e da hepatite C (HCV), as alterações
metabólicas relacionados aos vírus e a terapia antirretroviral estejam relacionados a
morbimortalidade cardiovascular. Conhecer o risco cardiovascular desses pacientes através da
aplicação de escores de risco clínicos é importante, a fim de planejar possíveis intervenções
que possam reduzi-lo. Esse estudo transversal avaliou a prevalência do risco cardiovascular
em 128 pacientes, divididos em três grupos: 52 pacientes com monoinfecção pelo HIV, 33
monoinfectados pelo HCV, 33 coinfectados HIV/HCV, no Hospital Universitário de Santa
Maria – Brasil. Para isso, foram aplicados diferentes escores clínicos de risco: Escore de
Risco de Framingham (ERF), Escore de Risco de Reynolds (ERR) e Escore de Risco Global
(ERG). Foram avaliadas a concordância e a correlação entre os métodos e o percentual de
pacientes que foram reclassificados após a aplicação dos diferentes escores. A prevalência de
risco cardiovascular entre toda a população estudada foi 8,7% pelo ERF, 4,3% pelo ERR e
48,1% pelo ERG. Os pacientes HCV apresentaram maior prevalência de risco quando
comparado aos demais pacientes. O ERF classificou mais pacientes como baixo risco em
todos os subgrupos da população, sugerindo ser um escore que subestime o risco na
população HIV e HCV. No nosso estudo 9,6% da população monoinfectada pelo HIV teve
risco de moderado a alto pelo ERF, enquanto 50% teve risco de moderado a alto pelo ERG,
demostrando que dependendo do método utilizado para avaliação do risco, os pacientes são
reclassificados, o que implica em diferentes medidas e intervenções de prevenção. Os escores
de risco tiveram fraca concordância e correlação entre si, independente do subgrupo avaliado.
Esse estudo enfatiza a necessidade de se criar escores de risco específicos para a população
HIV.
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