“As Telefonistas”: leituras sobre questões de gênero enfrentadas pelas mulheres desde o século XX
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Data
2018-12-03Autor
Lima, Thayane da Silveira de
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Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar como as questões de gênero retratadas na série As Telefonistas são interpretadas por suas espectadoras, tendo em vista o contexto em que estão inseridas e as experiências culturais que remetem às suas posições sociais de mulheres. Aqui, por questões de gênero, tratamos especificamente de problemas enfrentados pelas mulheres que se configuram a partir das suas existências como seres generificados, tais como: machismo, violência doméstica, violência verbal, abuso psicológico, abuso sexual, preconceito e desigualdade. Logo, trata-se de um estudo que relaciona diretamente texto e contexto, comunicação e cultura – definindo-se, portanto, como um estudo de recepção. Para isso, foi realizado um estudo de recepção balizado na perspectiva da Teoria das Mediações de Jesús Martín-Barbero, em especial, na observação da atuação da mediação da socialidade e ritualidade. Como objetivos específicos: analisar as pautas reivindicadas pelo movimento feminista no início do século XX comparando com os dias atuais, observar através da mediação da socialidade qual o papel desempenhado pela família e pelo trabalho na constituição dos papéis de gênero das receptoras, e analisar as práticas de assistência das séries pela mediação da ritualidade. Para atender os objetivos estabelecidos, metodologicamente, foram aplicadas sete entrevistas em profundidade (semiestruturadas), com mulheres receptoras da série. A partir deste recurso metodológico, buscou-se conhecer o cotidiano e subjetividades das espectadoras, a fim de entender como a mediação da socialidade e ritualidade atuam nas articulações existentes entre as representações e percepções sobre o preconceito, violência e machismo enfrentado pelas mulheres no ano de 1928, relacionando com 2018, onde esses problemas ainda se fazem presentes. Como parte da conclusão, identificamos como nós mulheres ainda sofremos com diversos preconceitos, principalmente no ambiente de trabalho e familiar, e que, apesar dos avanços no que diz respeito à ampliação na discussão da temática feminista da atualidade, existem alguns pontos de resistência identificados pela cristalização do machismo que limitam o debate e a exposição das mulheres nos espaços públicos e nas redes sociais.
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